O que é Comportamento Organizacional Técnico de Segurança do Trabalho. Profª: Paula Andréia Souza Sena.


Psicologia é a ciência que estuda o comportamento humano, as interações dos organismos com o seu ambiente.
                        Dependendo do enfoque e conhecimento de homem que está sendo utilizado, a psicologia pode ter vários conceitos, dentre eles: ciência que estuda os seres humanos e seus processos psíquicos.
                        Todorov (1999) definiu a psicologia como sendo a ciência que estuda a mente e o comportamento. Para que a definição seja inteligível, é necessário saber o que é mente e o que é comportamento.
                         O conceito “ciência que estuda o comportamento humano” pode ser completo se entendermos e buscarmos nos aprofundar nos conceitos de ciência, comportamento e homem.


 Psicologia científica x Psicologia do senso comum
           
                        O tipo de conhecimento que vamos acumulando no nosso cotidiano é chamado de senso comum.
Exs:
a)    A dona de casa, quando usa a garrafa térmica para manter o café quente, sabe por quanto tempo ele permanecerá razoavelmente quente, sem fazer nenhum cálculo complicado e, muitas vezes, desconhecendo completamente as leis da termodinâmica.
b)    A professora sabe que se recompensar a boa disciplina do aluno do curso primário com uma estrelinha no caderno, pode aumentar o comportamento desse aluno ser obediente na sala de aula.
c)    A mesma recompensa da letra “b” pode servir de exemplo para os outros alunos.
A namorada sabe que se marcou um encontro com o namorado para as 20h e ele chegou às 21h, pode ficar Psicologia é a ciência que estuda o comportamento humano, as interações dos organismos com o seu ambiente.

                        Dependendo do enfoque e conhecimento de homem que está sendo utilizado, a psicologia pode ter vários conceitos, dentre eles: ciência que estuda os seres humanos e seus processos psíquicos.
                        Todorov (1999) definiu a psicologia como sendo a ciência que estuda a mente e o comportamento. Para que a definição seja inteligível, é necessário saber o que é mente e o que é comportamento.
                         O conceito “ciência que estuda o comportamento humano” pode ser completo se entendermos e buscarmos nos aprofundar nos conceitos de ciência, comportamento e homem.


 Psicologia científica x Psicologia do senso comum
           
                        O tipo de conhecimento que vamos acumulando no nosso cotidiano é chamado de senso comum.
Exs:
a)    A dona de casa, quando usa a garrafa térmica para manter o café quente, sabe por quanto tempo ele permanecerá razoavelmente quente, sem fazer nenhum cálculo complicado e, muitas vezes, desconhecendo completamente as leis da termodinâmica.
b)    A professora sabe que se recompensar a boa disciplina do aluno do curso primário com uma estrelinha no caderno, pode aumentar o comportamento desse aluno ser obediente na sala de aula.
c)    A mesma recompensa da letra “b” pode servir de exemplo para os outros alunos.
A namorada sabe que se marcou um encontro com o namorado para as 20h e ele chegou às 21h, pode ficar  a)    de cara fechada com intenção de puní-lo por tê-la feito esperar.

Na letra “a” a pessoa sem saber sobre Física sabe conseguir o efeito esperado no ambiente. Nas letras “b”, “c", “d”, as pessoas agiram com intenção de modificar o comportamento de alguém, mas sem saber de leis ou teorias da psicologia.  
O conhecimento do senso comum é intuitivo, espontâneo, de tentativas e erros. É um conhecimento importante porque sem ele a nossa vida no dia-a-dia seria muito complicada. O senso comum percorre um caminho que vai do hábito à tradição, que passa de geração para geração. Integra de um modo o conhecimento humano.
A utilização de termos como ‘rapaz complexado’, ‘mulher louca’, ‘menino hiperativo’ expressa a comunicação do senso comum acerca do comportamento humano, que muitas vezes não ocorre de maneira científica. Os termos podem até ser da psicologia científica, mas são usados sem a preocupação de definir as palavras.
Ciência é um conjunto de conhecimentos sobre fatos ou aspectos da realidade obtidos por meio de metodologia científica.
Quando buscamos definir, descrever e prever comportamentos estamos fazendo ciência. O cientista do comportamento (da psicologia) não fica satisfeito com conceitos generalizados e rotulados (complexado, louco, “nasceu assim”) sem compromisso e apenas baseados em ‘achismos’ e observações superficiais. Ele quer observações sistematizadas, conhecimento metodológico, experimentado, testado, comprovado.
Ex: ‘mulher louca’, o que é loucura? Quais os sintomas? Que tipo de loucura?
Quando fazemos ciência, baseamo-nos na realidade cotidiana e pensamos sobre ela. Quando bem utilizada, a ciência permite que o saber seja transmitido, verificado, utilizado e desenvolvido.
Skinner, no livro Ciência e comportamento humano, diz que ciência é uma disposição de tratar com os fatos, de preferência, e não com o que se possa ser dito sobre eles. Aceitar os fatos, mesmo quando eles são opostos aos desejos.   
                        Então, por que a psicologia é ciência?
 O psicólogo contribui para a produção do conhecimento científico da psicologia através da: observação, descrição e análise dos processos comportamentais.
                        Algumas características que descrevem a psicologia como ciência são:
Ø  Objeto específico de estudo = homem (no sentido mais amplo). Entretanto, é preciso saber que a concepção de homem que o profissional traz consigo mesmo “contamina” inevitavelmente a sua pesquisa em psicologia.

Ø  Linguagem precisa e rigorosa = não utiliza termos do senso comum sem preocupação conceitual.

Ø  Métodos e técnicas específicas = entrevistas estruturais, testes, técnicas de terapia, dentre outras, obtidas de maneiras programadas, sistemáticas e controladas, para que se permita a verificação da validade da ciência e permitindo a reprodução da experiência.

Ø  Processo cumulativo do conhecimento = Um novo conhecimento é produzido sempre a partir de algo anteriormente desenvolvido. Negam-se, reafirmam-se, descobrem-se novos aspectos, e assim a ciência avança.

Ø  Objetividade = possibilidade de verificação com o máximo de isenção de emoção possível.

Parte – 01 O QUE E O COMPORTAMENTO ORGANIZACIONAL?

Psicologia Organizacional.

O trabalho de pesquisa científica sem dúvida é complexo e não é fácil de ser feito, mas garante a cientificidade dos resultados. Por vezes, realizam-se estudos longitudinais durante anos, ou décadas e após isso, o resultado é levado ao público por meio de periódicos científicos.
Contudo apesar desse trabalho, alguns profissionais que atuam na gestão das organizações, durante o exercício de sua profissão, por algum motivo, não utilizam os resultados das pesquisas científicas para tomar decisões ou mesmo para entender as situações ou os comportamentos que ocorrem na organização. Por diversas vezes vemos esses profissionais embasados suas decisões em senso comum, ou mesmo na leitura de autoajuda.
Bergamini (2008) lembra muito bem que o senso comum, às vezes, é mal utilizado nas organizações pelos administradores e demais profissionais, por meio de frases genereralistas que usualmente não correspondem com a realidade dos resultados das pesquisas cientificas e demonstram somente uma opinião, um preconceito ou uma observação pessoal sem fundamento científico.
Ela apresenta uma série de frases advindas do senso comum e que usualmente escutamos no ambiente de trabalho como sendo verdade absoluta, mas na verdade se trata do senso comum. Veja só:
[...] as pessoas só querem uma oportunidade para mostrar o que são capazes de fazer; tenha sempre cuidado com um executivo que perde as estribeiras ou tenha sempre em mira o homem que nunca perde a calma; um bom vendedor vende a própria imagem antes de vender o seu produto ou um bom produto vende-se por si só; o líder nasce líder ou qualquer pessoa pode ser treinada para ser um líder eficaz [...] (BERGAMINI, 2008, p.14)
O pensamento de Bergamini (2008) fala de como as pessoas que normalmente fazem comentários e análises superficiais e errôneas acerca do comportamento organizacional não deveriam fazê-lo, pois muito do que essas pessoas fazem é falar sem fundamento algum sobre questões que a psicologia respondeu. E assim, além de dissemir dúvidas sobre a confiabilidade da ciência diante de uma postura, no mínimo, questionável, corre-se o risco de gerenciar uma organização para o caminho inverso ao da efetividade organizacional.
Por isso, como bons profissionais no exercício da profissão, precisamos nos atentar para não cometer equívocos. Normalmente, é bom que tenhamos espírito crítico, ou seja, que utilizemos nossa habilidade de análise crítica para refletir sobre nossas ações.
Talvez este seja mais um papel da psicologia dentro das organizações: estimular os gestores a refletirem e pensarem sobre a situação e pode vê-la sob outros olhos, com outra visão e assim poder analisar mais adequadamente a organização e as situações experienciadas.
Neste ponto, você já deve ter percebido a importância de estudar o homem por completo na organização, sem dividi-lo. Assim, vê-se o ser humano como um ser biopsicossocial e ao estudá-lo na sua relação com o trabalho, faz-se isso de uma forma sócio-histórica. Assim, garante-se um estudo complexo, tal qual a complexidade humana.
Estudá-lo por completo na sua relação com o trabalho implica em considerar as dimensões biológicas, psicológica e social do individuo, além de situá-lo no tempo e espaço, participantes de uma sociedade
Dessa forma, para realizar um estudo mais complexo a psicologia teve que mudar sua forma de estudo e agregar conhecimentos da antropologia, das ciências sociais, da administração, da economia, entre outras. Isso é necessário, pois a psicologia por si só não tem a visão global necessária para entender o homem em seu contexto.
Podemos definir psicologia organizacional, como sendo a psicologia aplicada nas organizações, sejam empresas, indústrias e outras que trabalhem com grupos de pessoas, organizando em prol da produtividade.
É mais identificada com as tarefas de recrutamento e seleção pessoal, treinamento, avaliação de desempenho e outras rotinas típicas de uma área de recursos humanos. A psicologia organizacional compreende os estudos sobre as tomadas de decisão. Motivação, clima organizacional liderança entre outros.
 Mas nem sempre a psicologia organizacional foi vista assim no início a psicologia organizacional estudava sobre problemas relacionados à fadiga, falta de entusiasmo e outros fatores relevantes para a condição de trabalho que poderiam impedir o desempenho eficiente, era voltada  para as soluções de problemas reais da organização, ela nasceu da prática.
A psicologia organizacional teve inicio no fim do século XIX por causa da necessidade de um domínio mais profundo e sistematizado da relação entre os fluxos de produção e o contexto, buscando adaptar o desempenho humano a estes fluxos racionalizados.
No início do século XX, a psicologia passa a utilizar testes psicológicos na seleção pessoal, buscando aumentar o ajustamento das pessoas aos cargos da organização. Foi principalmente durante as grandes guerras que houve significativa utilização desses tipos de testes.
Assim, a atuação inicial da psicologia organizacional foi buscar critérios para atender procedimentos para atender à avaliação e seleção de empregados, visando ao desempenho no trabalho e à eficiência organizacional.
Do início do século xx ao início do século XXI, o contexto mudou e com a atuação dos psicólogos organizacionais e do trabalho. Mas durante esse período como ficou a atuação desse profissional??
 De acordo com uma pesquisa nacional realizada pelo CFP na década de 1980, os psicólogos que atuavam nas organizações desenvolviam atividades como recrutamento e seleção pessoal, treinamento e avaliação de desempenho.
Você pode observar que essas atividades descritas nos anos anteriores, sua atuação está voltada para administração de pessoas, para a qualificação para as condições de trabalho, para a administração de pessoas, para a qualificação, para as condições de trabalho, para as relações de trabalho, para a mudança organizacional e para o comportamento organizacional. Sendo assim, o seu campo de atuação aumentou com relação às atividades administrativas e diminuiu em relação às atividades técnico operacionais.
Assim a psicologia organizacional passou a ser uma liada estratégica na gestão dos negócios, uma fonte potencial de informações para se compreender a relação homem- trabalho por meio de questionamentos, reflexões e pesquisas dentro das organizações.
Neste ponto você já deve ter percebido que quando utilizo a palavra “organizações” me refiro a toda organização e não somente a empresas públicas e privadas. Falar em organização é ser bem mais
abrangente que falar de empresas, uma vez que nem sempre desempenhamos nosso trabalho em empresas.
 Recentemente resolveu-se incluir estudos sobre a aprendizagem, percepção, personalidade, emoção, treinamento, eficácia de liderança, necessidade e forças motivacionais, satisfação com o trabalho, processo de tomada de decisões, avaliação de desempenho.
O profissional da psicologia organizacional ajuda a organizar e a legitimar a compreensão sobre o desempenho no trabalho, a saúde do trabalhador, a qualidade de vida e o impacto do emprego e das condições de trabalho sobre o individuo. Seu campo de atuação ocorre da interação entre o comportamento no trabalho e na organização.

Comportamento Organizacional

O comportamento organizacional é um campo de estudos que investiga o impacto que indivíduos, grupos e a estrutura têm sobre o comportamento dentro das organizações, com o propósito de utilizar esse conhecimento para promover a melhoria da eficácia organizacional. É um bocado de palavras, por isso vamos examiná-las por partes.
            O comportamento organizacional é um campo de estudos. Essa afirmação significa que se trata de uma área de especialidade, com um corpo comum de conhecimentos. O que é que ele estuda? Ele estuda três determinantes do comportamento das organizações: indivíduos, grupos e estrutura. O comportamento organizacional aplica o conhecimento obtido sobre as pessoas, os grupos e o efeito de estrutura sobre o comportamento, para fazer com que as organizações trabalhem mais eficazmente.
            Para resumir essa definição, podemos dizer que o comportamento organizacional se preocupa com o estudo do que as pessoas fazem nas organizações e de como esse comportamento afeta o desempenho dessas empresas. Como esse estudo está voltado especificamente para situações relacionadas com o emprego, enfatiza-se o comportamento relativo a funções, trabalho, absenteísmo, rotatividade, produtividade, desempenho humano e administração.

DISCIPLINA QUE CONTRIBUEM PARA O ESTUDO DO COMPORTAMENTO ORGANIZACIONAL:

 O estudo do comportamento organizacional é uma ciência aplicada que se apóia na contribuição de diversas outras disciplinas comportamentais. As áreas predominantes são a psicologia, a sociologia, a psicologia social, a antropologia e as ciências políticas. Como veremos adiante, a psicologia tem contribuído principalmente para o nível micro, ou individual, de análise, enquanto as demais disciplinas têm contribuído para a nossa compreensão dos conceitos macro, tais como os processos grupais e as organizações.

PSICOLOGIA

            A psicologia é a ciência que busca medir, explicar e, algumas vezes, modificar o comportamento dos seres humanos e dos animais. Os psicólogos dedicam-se ao estudo e à tentativa de compreensão do comportamento individual. Os cientistas que contribuem nessa área de conhecimento são aqueles que estudam as teorias relativas ao processo de aprendizagem e à personalidade, os psicólogos clínicos e, principalmente, os psicólogos organizacionais e industriais.
            Inicialmente, os psicólogos organizacionais e industriais estudavam os problemas de fadiga, falta de entusiasmo e outros fatores relevantes para as condições de trabalho que poderiam impedir um eficiente desempenho. Mais recentemente, sua contribuição se expandiu para incluir estudos sobre aprendizagem, percepção, personalidade, emoções, treinamento, eficácia de liderança, necessidades e forças motivacionais, satisfação com o trabalho, processos de tomada de decisões, avaliação de desempenho, mensuração de atitudes, técnicas de seleção de pessoal, planejamento do trabalho e estresse profissional.

SOCIOLOGIA

            Enquanto a psicologia foca suas atenções sobre o indivíduo, a sociologia estuda o sistema social no qual os indivíduos desempenham seus papéis, ou seja, a sociologia estuda as pessoas em relação umas às outras. Mais especificamente, a maior contribuição dos sociólogos foi no estudo do comportamento dos grupos dentro das organizações, especialmente aquelas formais e complexas. Algumas das áreas do estudo do comportamento organizacional que mais receberam contribuições da sociologia foram à dinâmica de grupo, o desenho de equipes de trabalho, a cultura organizacional, a teoria e a estrutura da organização formal, a tecnologia organizacional e aspectos como poder, comunicação e conflitos.

PSICOLOGIA SOCIAL

            A psicologia social é uma área dentro da psicologia que mistura conceitos desta ciência e da sociologia. Seu foco é a influência de um indivíduo sobre o outro. Um dos temas mais investigados pela psicologia social é a mudança – como implementá-la e como reduzir as barreiras de sua aceitação. Além disso, os psicólogos sociais também fazem significativas contribuições nas áreas de mensuração, entendimento e mudança de atitudes; padrões de comunicação; as formas pelas quais as atividades em grupo podem satisfazer as necessidades individuais; e o processo de tomada de decisão em grupo.
 
ANTROPOLOGIA
A Antropologia é o estudo das sociedades para compreender os seres humanos e suas atividades. O trabalho dos antropólogos sobre culturas e ambientes, por exemplo, nos tem ajudado a compreender melhor as diferenças nos valores, atitudes e comportamentos fundamentais entre povos de diferentes países ou de pessoas em diferentes organizações. Muito do nosso conhecimento de hoje sobre cultura organizacional, ambiente organizacional e diferenças entre culturas dos países é fruto do trabalho de antropólogos ou de pessoas que se utilizaram de sua metodologia.

CIÊNCIAS POLÍTICAS
            Embora sejam freqüentemente subestimadas, as contribuições dos cientistas políticos para o entendimento do comportamento organizacional têm sido significativas. As ciências políticas estudam o comportamento dos indivíduos e dos grupos dentro de um ambiente político. Alguns tópicos específicos dessa área são a estruturação de conflitos, a alocação de poder e como as pessoas manipulam o poder para o atendimento de seus próprios interesses.


DESAFIOS E OPORTUNIDADES NO CAMPO DO COMPORTAMENTO ORGANIZACIONAL.

Sabemos que a área de estudo do comportamento organizacional abastece os profissionais que atuam nas organizações com soluções e idéias para enfrentar as adversidades do trabalho cabe a cada profissional tomar conhecimento quanto das oportunidades oferecidas para as organizações. Aqui, iremos nos referir a algumas delas, mas sempre enquanto estiver atuando em uma organização que o contexto em que ela está inserida pode ter outros desafios e oportunidades e cabe a você identificá-los.
A área de estudo do comportamento organizacional oferecem aos profissionais que atuam nas organizações com soluções e idéias para enfrentar as adversidades do trabalho. O profissional deve tomar conhecimento tanto dos desafios quanto das oportunidades oferecidas nas organizações.
Essa compreensão do comportamento é de suma importância. Um rápido exame das enormes mudanças que estão ocorrendo nas organizações confirma essa idéia. Por exemplo, o funcionário tradicional está envelhecendo; cada vez mais mulheres e membros de minorias estão entrando para o mercado de trabalho; o downsizing e o amplo uso de trabalhadores temporários estão minando os laços de lealdade que historicamente prendiam os funcionários a seus empregadores; e a competição globalização está exigindo que os funcionários se tornem mais flexíveis para adaptarem-se à rápida mudança.

Em suma, existem diversas oportunidades e desafios para que os executivos de hoje utilizem os conceitos do comportamento organizacional. Nesta seção, abordaremos alguns dos assuntos mais críticos enfrentados pelos executivos.
 Vamos expor aqui os 6 assuntos mais críticos enfrentados nas organizações:

1º- A GLOBALIZAÇÃO

            A globalização, iniciada já há algum tempo, acabou com as fronteiras existentes entre os diferentes países, assim nos tornamos cidadãos do mundo. Mas será que você queria isso? Será que os trabalhadores queriam tal transformação.
            Independentes da nossa vontade existem fatos que ocorrem na sociedade que estão fora do alcance do cidadão comum. Esses e outros assuntos são decididos mais no meio político e econômico do que social. Na verdade, há um embate entre o capital e o trabalho que está longe de ser solucionado, mas como profissionais conscientes de nossas atitudes, temos que tratar a todos com respeito, devemos ter respeito pelo ser humano.
            Devido esta globalização temos que:

            Responder a globalização: As organizações não se limitam às fronteiras dos países. Exemplo a Nokia que tem suas instalações na Finlândia estão recrutando funcionários na china, na índia e em outros países em desenvolvimento. A Ford empresa americana desenvolve carros no Brasil.
Esses exemplos ilustram a afirmação de que o mundo virou uma aldeia global. Assim notamos que as empresas precisam aprender a lidar com pessoas de diferentes culturas.
Entender o aumento das missões internacionais: dependendo da organização que cada vai cair, aparecem cada vez maiores chances de ser enviado para missões internacionais. Vocês podem ser transferidos para uma unidade operacional ou subsidiária de sua organização em outro país. Lá a mão - de- obra que provavelmente será bem diferente daquela com a qual você estava acostumado, tanto em termos de necessidades, como as aspirações e de atitudes.
Compreender o trabalho com pessoas diferentes: Mesmo em sua terra natal, você poderá ter de trabalhar com chefes, colegas e outros funcionários que nasceram e foram criados em culturas diferentes. O que pode ser motivador para você pode não ser para eles se seu estilo de comunicação é direto, franco para eles pode parecer ameaçador ou até mesmo desconfortável para o outro. Precisa-se ter um entendimento de cultura, como elas foram formadas, e como adaptar seu estilo de gerenciamento a essas diferenças.

2º - A DIVERSIDADE DA FORÇA DE TRABALHO
           
           
Um dos desafios mais importantes e abrangentes enfrentados pelas organizações hoje em dia é a adaptação às diferenças entre as pessoas: o termo utilizado para este desafio é a diversidade da força de trabalho. Enquanto a globalização se concentra nas diferenças entre as pessoas de diferentes países, a diversidade da força de trabalho focaliza as diferenças entre as pessoas em determinado país.
A diversidade da força de trabalho significa que as organizações estão se tornando mais heterogêneas em termos de raça, etnia e sexos e seus participantes. O termo se refere às mulheres, negros, latinos e asiáticos- também são incluídos nessa diversidade portadores de deficiência física, pessoas da terceira idade e homossexuais.
 Hoje se pode perceber que as pessoas Não deixam de lado seus valores culturais e suas preferências de estilo de vida quando chegam ao emprego. O desafio para as empresas é conseguir acomodar os diferentes grupos de pessoas atendendo aos seus diferentes estilos de vida, necessidades familiares e modos de trabalhar.
A diversidade da força de trabalho traz implicações importantes para as práticas administrativas. Os executivos precisam modificar sua filosofia de tratar todo o mundo do mesmo modo, reconhecendo as diferenças e respondendo a elas de maneira que assegure a retenção de funcionários e maior produtividade, sem que se cometa qualquer discriminação. Essa mudança inclui, por exemplo, a oferta de treinamento diferenciado e a revisão de programas de benefícios para torná-los mais “amigáveis às famílias”. A diversidade, quando bem administrada, pode aumentar a criatividade e a inovação dentro das organizações, bem como melhorar as decisões tomadas, por trazer novas perspectivas em relação aos problemas. Quando não é administrada adequadamente, há aumento potencial da rotatividade, maior dificuldade de comunicação e mais conflitos interpessoais.


3º - AUMENTANDO A QUALIDADE E A PRODUTIVIDADE:

Um desafio a ser superado pelas organizações é o aumento da qualidade e produtividade. Na década de 1990 organizações em todo o mundo aumentaram sua capacidade produtiva em resposta ao crescimento da demanda. As empresas construíram novas unidades, expandiram seus serviços e contrataram pessoais. Como resultado, quase todos os setores da economia hoje sofrem de excesso de oferta. Os varejistas sofreram com a concorrência de tantos shoppings Center. Maior produção de automóveis do que realmente do que os consumidores podem comprar.
O excesso de capacidade se traduz em aumento de competição. O aumento da concorrência obriga as empresas a reduzir custos ao mesmo tempo em que precisam aumentar a produtividade e a qualidade dos produtos e serviços que oferecem. Devido essa busca de melhoria de qualidade e de produtividade, eles estão implementando programas como a GESTÃO DA QUALIDADE e a REENGENHARIA – que exigem cada vez mais envolvimento dos funcionários. 
A GESTÃO DA QUALIDADE é uma filosofia de gestão voltada para a satisfação constante do cliente, através do contínuo aprimoramento de todos os processos organizacionais, tem implicações para a área do comportamento organizacional porque exige que o s funcionários reavaliem suas funções e se envolvam mais intensamente nas decisões tomadas no trabalho.
Na REENGENHARIA é como se pensar a perspectiva da melhoria da qualidade e produtividade de “como faríamos se estivéssemos começando do zero?”. Esse programa requer que as empresas reconsiderem como o trabalho seria feito e como a organização seria estruturada caso estivesse começando tudo de novo, ao invés de realizar somente mudanças adicionais no processo, esse programa reavalia todos os processos em termos de suas contribuições para as metas da organização. Processos não eficientes são eliminados e sistemas novos são introduzidos. Ela tende a redefinir as tarefas e exige que quase todos os funcionários passem por treinamentos e para aprender novas habilidades.
         Por outro lado, ao executar o controle de processos, você deve lembrar que essas pessoas têm vontades, sentimentos, emoções e afetos e eles precisam ser considerados, entendidos e compreendidos, de forma que não haja somente exploração das suas capacidades mentais em benefícios da organização.

4º- EQUILIBRAR A VIDA PESSOAL E A PROFISSIONAL.


Os funcionários dos anos 60 e 70 compareciam ao seu trabalho em local de trabalho e horários específico. Atualmente os trabalhadores se queixam cada vez mais de que a linha divisória entre os períodos dedicados ao trabalho e a vida pessoal se tornou obscura, provocando conflitos pessoais e estresse.
¨  Fatores que contribuíram para a confusão de vida pessoal e trabalho.
n  O Mundo nunca dorme;
n  A tecnologia permite levar o seu trabalho para casa;
n  As empresas esperam que os funcionários trabalhem mais tempo. Ex: o casal trabalha para o sustento da família.

Estudos recentes sugerem que os trabalhadores desejam empregos com mais flexibilidade de horários para que eles possam compatibilizar melhor seus assuntos pessoais e profissionais 

5º - LIDANDO COM A “TEMPORARIEDADE”

Juntamente com essas mudanças vem a temporariedade. Diante da globalização, a expansão de capacidade e os avanços tecnológicos se combinaram de forma a impor às organizações que quiserem sobreviver que elas sejam ágeis e flexíveis. O resultado disto é que tanto os funcionários como os dirigentes trabalham hoje em um clima que se define como “temporário”. Ex: lidar com computação, idéia que há 20 anos não era necessário.
Estudos recentes sugerem que os trabalhadores desejam empregos com mais flexibilidade de horários para que eles possam compatibilizar melhor seus assuntos pessoais e profissionais.

6º - MELHORANDO O COMPORTAMENTO ÉTICO


            Ética é um conjunto de valores morais e princípios que norteiam a conduta humana na sociedade. A ética serve para que haja um equilíbrio e bom funcionamento social, possibilitando que ninguém saia prejudicado.

            Em um mundo empresarial caracterizado por cortes, expectativa de aumento de produtividade dos trabalhadores e brutal competição no mercado não são de todo surpreendentes que muitos empregados se sintam pressionados a quebrar algumas regras, dar “um jeitinho” ou entregar-se a outras práticas questionáveis.
            Os membros das organizações cada vez mais se vêem enfrentando dilemas éticos, situações nas quais precisam definir a conduta correta e a errada. Por exemplo, eles devem denunciar aos seus superiores se descobrirem atividades ilegais acontecendo dentro da empresa? Devem acatar ordens com as quais não concordam pessoalmente? Exageram na boa avaliação de um subordinado do qual gostam para salvar o emprego dele? Permitem-se fazer “politicagem” na organização para ajudar no progresso de suas carreiras?
O que significa o bom comportamento ético é algo que nunca foi claramente definido. Nos últimos tempos, a linha divisória entre o certo e o errado tem ficado ainda mais indefinida. Os trabalhadores vêem pessoas se entregando a toda a sorte de práticas antiéticas – políticos eleitos são indiciados por desviar dinheiro público ou aceitar suborno; advogados poderosos, que conhecem a lei mais que ninguém, são acusados de não pagar os encargos trabalhistas de seus empregados domésticos; executivos de sucesso utilizam informações internas para ganhos financeiros pessoais; funcionários de outras empresas participam de farsas para encobrir armas militares defeituosas. “Eles ouvem essas pessoas dizendo, quando são flagradas no delito, coisas como “todo o mundo faz isso”, ou você tem de aproveitar todas as vantagens hoje em dia”, ou ainda “nunca imaginei que seria descoberto”.
            Os executivos e suas organizações estão reagindo a essa questão de diversas maneiras. Eles têm escrito e distribuído códigos de ética para seus funcionários. Também têm promovido seminários, workshops e programas de treinamento para tentar aprimorar o comportamento ético. Contratam conselheiros que podem ser procurados, em muitos casos anonimamente, para dar assistência nas questões de dilemas éticos. Também estão criando mecanismos de proteção para os funcionários que denunciam práticas antiéticas.
            O executivo de hoje precisa criar um clima eticamente saudável para seus funcionários, no qual estes possam realizar seu trabalho com produtividade e confrontando um grau mínimo de ambigüidade em relação ao que são comportamentos certos ou errados. Nos próximos capítulos, discutiremos os tipos de ação que podem ser empreendidos para criar um ambiente ético na organização e para ajudar os funcionários a enfrentar situações eticamente ambíguas.






DESENVOLVENDO UM MODELO DE COMPORTAMENTO ORGANIZACIONAL

Visão Geral.

            Um modelo é uma abstração da realidade, uma representação simplificada de um fenômeno real. Um manequim em uma loja de roupas é um modelo. Da mesma maneira, é a fórmula financeira, Ativos = Passivo + Patrimônio Líquido. Apresenta-se um esqueleto sobre o qual construiremos nosso modelo de comportamento organizacional. Sua proposta é que há três níveis de análise do nível individual para o sistema organizacional, vamos somando-os sistematicamente ao nosso entendimento do comportamento dentro das organizações. Os três níveis básicos são análogos a blocos de construção; cada nível é construído sobre o nível anterior. O conceito de grupo sai do nível básico do indivíduo; vamos sobrepondo limitações estruturais sobre os níveis do indivíduo e do grupo para chegarmos ao nível do comportamento organizacional. A partir do básico vão se construindo outras variáveis dentro do sistema, se dividindo em 4 tipos, diferenciando funcionando como uma cadeia dentro desse sistema.


Variáveis Independentes do Comportamento.


            Quais são os principais determinantes da produtividade, do absenteísmo, da rotatividade, da cidadania organizacional e da satisfação com o trabalho? A resposta a esta questão nos leva às variáveis independentes. Coerentemente com nossa premissa de que o comportamento organizacional pode ser mais bem compreendido quando visto como uma série de blocos de construção em complexidade crescente, a base, ou primeiro nível do nosso modelo, é o entendimento do comportamento individual.
Nível do Indivíduo    

            Você já presenciou alguma batida de automóvel? Se já e se havia alguém com você tiveram visões diferentes da mesma batida. Por vezes, vemos pessoas até brigando para defender sobre um determinado fato, uma vê que, as pessoas são diferentes. As pessoas são únicas, cãs um de nós possuímos personalidade, emoções, sentimentos, enfim cada um de nós percebe o mundo de uma forma e temos uma visão diferente do outro.
            No inicio, os estudos sobre o individuo eram voltados para a anormalidade, assim a psicopatologia tornaram grande parte do foco de estudos sobre o individuo. Contudo, com o passar do tempo, começou-se a estudar a normalidade, ou seja, o que era mais comum de aparecer em uma determinada sociedade. Hoje há pesquisas realizadas tanto no nível da normalidade quanto no da anormalidade e das patologias. Mas, talvez um movimento que tem ganhado força é o movimento do autoconhecimento.
            Sem dúvida, a convivência dentro das organizações é, no mínimo, desafiante, diante das reações das pessoas frente às relações interpessoais. Nesse ambiente, as pessoas se comunicam, simpatizam demonstram afetos, aproximam-se, atraem-se e afastam-se, entram em conflitos. Assim, tudo isso faz parte da interação humana que de maneira alguma permite que fiquemos indiferentes nesses ambientes. Apesar de utilizarmos a comunicação nessa interação, não é a única interação existente. Pode expressar também pela posição corporal, gestos, olhares, expressão facial, pensamentos, sensações, deslocamento físico de afastamento ou aproximação. Por exemplo, ao chegar no trabalho e dar bom-dia a todos, existem diversas formas de responder a seu bom-dia. Alguns podem devolver o cumprimento mecanicamente, verbalizando; outros preferem responder com um sorriso, ou podem virar-se de costas e sair da sala, há aqueles que podem ir a sua direção e abraçá-lo, outros podem não responder nada, continuando que estava fazendo, enfim há todas essas formas de interação.
            Uma interação que ocorre no ambiente organizacional e geralmente traz um maior gasto de energia quando não administrada é a primeira impressão. A primeira impressão é a primeira interação, o contato inicial entre duas pessoas. Estão relacionados à primeiro contato fatores psicológicos advindos da experiência de vida das pessoas, suas expectativas e suas motivações naquele momento. Imagine uma entrevista de emprego, normalmente essa ocasião acaba por forma a primeira impressão nos novos funcionários. Se neste momento, a primeira impressão for positiva, há aproximação e existem sentimentos de simpatia e colaboração. Já, se a primeira impressão for negativa a ambos ou somente a um dos lados, a revelação tende a ser tensa, difícil e complicada. Cabe aos envolvidos estar dispostos a rever essas impressões negativas sem movimentos algum por parte das pessoas em mudá-la e isso acaba por dificultar ainda mais a relação dentro do ambiente de trabalho.
            O que precisamos fazer é resgatar nossas expectativas, motivações e nossas experiências pessoais naquele momento verificar se não avaliamos a pessoa de uma forma errada, diferente do que ela realmente é. Esse resgate e reavaliação implicam em autoconhecimento, o autoconhecimento também se faz necessário para que possamos melhor compreender as pessoas que fazem parte dos nossos grupos e melhor desempenhar nossas funções dentro da organização.
            Assim, a psicologia estando difundida e acessível à grande parte da população, tem ajudado muito as pessoas a se conhecerem melhor e a entenderem o outro, melhorando assim as relações interpessoais. A análise feita do comportamento tem contribuído muito para o estudo do comportamento organizacional.
            Se quisermos que alguém faça algo que necessita ser feito, precisamos conhecer como agem as pessoas. Essa é uma habilidade que os líderes precisam ter: conhecer-se a si mesmos para poderem conhecer outro. Mas, não vá achar que as pessoas são iguais a você, uma vez que considerar as pessoas iguais e não como indivíduos é um erro grave daqueles que trabalham com pessoas. Deve ser nosso objetivo considerar cada um como individuo.
Quando as pessoas entram em uma organização, eles se parecem um pouco com carros usados. Cada qual é diferente das demais. Algumas têm “baixa quilometragem” – foram tratadas carinhosamente e pouco expostas à força dos elementos. Outras são “malhadas”, tendo sido dirigidas em algumas estradas difíceis. Essa metáfora indica que as pessoas entram para as organizações com determinadas características que vão influenciar seus comportamentos no trabalho. As características mais óbvias são aquelas pessoais ou biográficas, como idade, sexo e estado civil; características de personalidade; sua estrutura emocional; seus valores e atitudes; e seus níveis básicos de capacitação. Essas características estão essencialmente intactas quando o indivíduo entra para os quadros da empresa e, em sua maior parte, pouco posso ser alterado pelo esforço de gerenciamento. E, sem dúvida, tem grande impacto sobre o comportamento do funcionário.       




 Nível do Grupo  
            Normalmente, os grupos influenciam a forma como nos comunicamos, a nossa tomada de decisão, o comportamento líder, a confiança, o conflito e o poder e é justamente por isso que precisamos entender sua estrutura e seu funcionamento.
            Os grupos podem ser definidos como duas ou mais pessoas ou mais que interagem visando a um objetivo.  O comportamento de um grupo é mais do que a soma das ações dos indivíduos que fazem parte dele. A complexidade de nosso modelo aumenta quando compreendemos que o comportamento das pessoas é diferente quando elas estão sozinhas ou em grupo. Portanto, o próximo passo para a compreensão do comportamento organizacional é o estudo do comportamento dos grupos.
           
Nível do Sistema Organizacional    

O comportamento organizacional alcança seu mais alto nível de sofisticação quando somamos a estrutura formal ao nosso prévio conhecimento do comportamento dos indivíduos e dos grupos. Da mesma forma que os grupos são mais que a soma de seus membros individuais, a organização também é mais que a soma dos grupos que a compõem. O desenho da organização formal, os processos do trabalho e as funções, as políticas e práticas de recursos humanos da organização (ou seja, processo de seleção, programas de treinamento, métodos de avaliação de desempenho) e a cultura interna, tudo isso tem impacto sobre as variáveis dependentes.

Variáveis Dependentes do Comportamento

            As variáveis dependentes são os fatores-chave que você pretende explicar ou prever e que são afetados por outros fatores. Quais são as variáveis dependentes básicas no comportamento organizacional? Os estudiosos do assunto tradicionalmente enfatizam a produtividade, o absenteísmo, a rotatividade e a satisfação com o trabalho. Mais recentemente, uma quinta variável – a cidadania organizacional – foi incluída nessa lista. Vamos fazer uma breve de cada uma delas para assegurar que compreendemos o que significam e por que chegaram a esse nível de distinção.

            Produtividade     Uma organização é produtiva quando consegue atingir seus objetivos, transformando entradas em resultados ao mais baixo custo possível. Assim sendo, a produtividade implica preocupação tanto com a eficiência como com a eficácia.
            Um hospital, por exemplo, é eficiente quando consegue atender com sucesso às necessidades de seus clientes. E ele é eficaz quando faz isto com baixo custo. Se o hospital consegue obter um resultado melhor com seu atual quadro de pessoal, reduzindo a média de internação dos pacientes ou aumentando os contatos diários com estes, dizemos que ele conseguiu uma eficiência produtiva. Uma empresa é eficaz quando atinge suas metas de vendas ou participação no mercado, mas sua produtividade também depende de alcançar essas metas com eficiência. As medidas mais comuns de eficiência organizacional incluem o retorno de investimento, lucro por valor de venda e resultado por hora de trabalho.
            Podemos também olhar a produtividade do ponto de vista individual do funcionário. Tomemos o caso Mike e Al, ambos motoristas de caminhão. Se Mike precisa levar seu caminhão carregado de Nova York para Los Angeles em 75 horas ou menos, ele será eficaz se conseguir realizar essa viagem de 4.800 quilômetros dentro desse período de tempo. Mas as medidas da produtividade precisam levar em conta os custos embutidos no alcance do objetivo. É onde aparece a eficiência. Digamos que Mike faça a viagem em 68 horas, com uma média de 2,3 quilômetros por litro de combustível. Al, por seu lado faz a viagem em 68 horas também, mas com uma média de 2,8 quilômetros por litro (com veículos e cargas idênticas). Também Mike como Al são eficazes – eles atingiram a sua meta -, mas Al foi mais eficiente que Mike, pois consumiu menos combustível e, portanto, conseguiu seu objetivo a um custo menor.

            Resumindo, uma das maiores preocupações no estudo do comportamento organizacional é a produtividade. Precisamos descobrir quais são os fatores que influenciam a eficiência e a eficácia dos indivíduos, dos grupos e da organização como um todo.

Absenteísmo     O absenteísmo é definido como o não-comparecimento do funcionário ao trabalho. Essa questão se tornou um grande peso e dor de cabeça para os empresários. Uma pesquisa demonstrou que o absenteísmo custa para a indústria mais de 60 bilhões de marcos a cada ano. No nível do emprego, a ausência de um dia de um funcionário administrativo pode custar 100 dólares ao empregador nos EUA, em redução da eficiência e aumento da carga de trabalho do supervisor. Esses números mostram como é importante para uma organização manter baixo o nível de absenteísmo.
            É obviamente difícil para uma organização operar tranqüilamente e atingir seus objetivos, se seus funcionários não comparecem para trabalhar. O fluxo do trabalho é interrompido e decisões freqüentemente importantes precisam ser postergadas. Nas organizações que dependem da linha de montagem na produção, o absenteísmo é mais que uma interrupção; ele pode resultar em uma drástica perda de qualidade e, em certos casos, até na completa paralisação da fábrica. Níveis de absenteísmo acima do normal, em qualquer caso, causam um impacto direto sobre a eficiência e a eficácia da organização.
            Todas as ausências são prejudiciais? Provavelmente não! Embora o absenteísmo tenha impacto negativo sobre a organização, podemos perceber situações em que a empresa se beneficia com a decisão do funcionário de faltar ao trabalho. Por exemplo, situações de doença, estafa ou excesso de tensão pode reduzir significativamente a produtividade de um funcionário. Nas situações em que o profissional precisa estar sempre alerta – cirurgiões e piloto de avião são bons exemplos -, será melhor para a organização que eles faltem ao trabalho em vez de apresentar um desempenho ruim. O custo de um erro nessas funções é grande demais. Mesmo na área administrativa, onde os erros têm impacto menos espetacular, o desempenho é melhor quando o executivo decide não ir trabalhar para não exercer suas funções sem as condições necessárias. Mas essas situações são claramente atípicas. Na maior parte das vezes, podemos assumir que o benefício proveniente do absenteísmo é muito baixo.

Rotatividade     É a permanente saída e entrada de pessoas da organização, voluntária ou involuntariamente. Um índice alto de rotatividade resulta em aumento de custos para recrutamento, seleção e treinamento. Quais são esses custos? Uma estimativa moderada pode ficar em torno de 15.000 dólares por funcionário. Um índice alto de rotatividade também causa ruptura na eficiência da organização, quando pessoal experiente e experimentado deixa a empresa e é necessário encontrar substitutos e prepará-los para assumir posições de responsabilidade.
            Toda organização, evidentemente, tem certa rotatividade. Na verdade, se as pessoas “certas” estão deixando a empresa – os funcionários não essências -, a rotatividade pode ser no aspecto positivo. Ela pode criar a oportunidade para a substituição de uma pessoa de fraco desempenho por outra mais capacitada ou motivada, aumentar as chances de promoção e trazer idéias novas para a organização. No mundo empresarial de hoje, sempre em mudanças, certo nível de rotatividade voluntária de funcionários aumenta a flexibilidade organizacional e a independência deles, diminuindo assim a necessidade de demissões por parte da empresa.
            Mas a rotatividade quase sempre implica a perda de pessoas que a organização não gostaria de perder. Por exemplo, um estudo realizado com 900 funcionários demissionários mostrou que 92% deles haviam recebido uma avaliação de “satisfatórios” ou mais por parte de seus superiores. Portanto, quando a rotatividade é muito grande ou envolve a perda de pessoal valioso, ele pode ser um fator de ruptura, prejudicando a eficiência da organização.
Cidadania Organizacional     A cidadania organizacional é um comportamento discricionário que não faz parte das exigências funcionais de um funcionário, mas que ajuda a promover o funcionamento eficaz da organização.
            As organizações bem-sucedidas precisam de funcionários que façam mais do que seus deveres usuais e apresentem um desempenho que vá além das expectativas.
No mundo empresarial dinâmico de hoje, em que as tarefas são cada vez mais realizadas em equipe e a flexibilidade é crítica, as organizações precisam de funcionários que adotem um comportamento de “bom cidadão”, como fazer declarações positivas sobre o trabalho de seu grupo e da empresa, ajudar os colegas em suas equipes, oferecer-se voluntariamente para tarefas extraordinárias, evitar conflitos desnecessários, mostrar cuidado com o patrimônio da empresa, respeitar as leis e regulamentos e ser tolerante com ocasionais aborrecimentos e imposições relacionados com o trabalho.
            As organizações querem e precisam de funcionários que façam coisas que não constam de suas tarefas formais. A evidência mostra que as empresas que possuem esse tipo de pessoas mostram um melhor desempenho em comparação com as demais. Conseqüentemente, o estudo do comportamento organizacional preocupa-se com o comportamento de cidadania organizacional como uma variável dependente.

Satisfação com o Trabalho     A última variável dependente que analisaremos será a satisfação com o trabalho, que podemos definir neste momento como a diferença entre as recompensas recebidas de fato pelo funcionário e aquilo que ele acredita merecer.  Diferentemente dos quatro variáveis anteriores, a satisfação com o trabalho é mais uma atitude do que um comportamento. Por que, então, ela é considerada uma variável dependente básica? Por duas razões: ela demonstra uma relação com fatores de desempenho e preferências de valores defendidos por diversos pesquisadores do comportamento organizacional.
            A premissa de que os funcionários satisfeitos são mais produtivos que os insatisfeitos foram uma doutrina básica entre os executivos durante anos. Embora haja bastante evidência nessa relação casual, pode-se discutir que as sociedades mais avançadas devem se preocupar não apenas com a quantidade – ou seja, alta produtividade e bens materiais – mas também com a qualidade de vida. Os pesquisadores com fortes valores humanistas sustentam que a satisfação é um objetivo legítimo de uma organização. Não apenas a satisfação está negativamente ligada ao absenteísmo e à rotatividade, dizem eles, como as organizações têm a responsabilidade de oferecer empregos que sejam estimulantes e intrinsecamente gratificantes. Portanto, embora a satisfação com o trabalho seja mais uma atitude que um comportamento, os pesquisadores do comportamento organizacional a consideram uma importante variável dependente.


Variáveis Resultantes ou Finais.

Por que essas variáveis intermediárias são importantes? Porque produzem as variáveis resultantes ou variáveis finais em uma cadeia de valor crescente. As variáveis resultantes mais importantes do CO são:
Alcance de objetivos organizacionais: O melhor desempenho da força de trabalho, a adaptabilidade e flexibilidade das pessoas, a inovação constante e a satisfação do cliente certamente são ingredientes que ajudam no alcance dos objetivos organizacionais. Quando uma organização alcança seus objetivos globais, ela está transformando-os em realidade.
Valor econômico agregado: é a riqueza incorporada à organização em decorrência dos resultados que produzem um emergente sistêmico: o acréscimo de valor – tanto tangível na forma de lucro ou capital financeiro, como intangível, na forma de ativos invisíveis como capital intelectual.
Renovação Organizacional: é a constante revitalização da organização por meio de novas práticas e processos, aumento da motivação das pessoas, entusiasmo, participação e mudança organizacional planejada e orientada. A organização que se renova constantemente nunca fica velha ou ultrapassada.
Crescimento: é a conseqüência natural de uma organização bem-sucedida. O crescimento resulta do valor econômico agregado quando este permite condições para que a organização aumente suas competências e seus recursos, isto é, o seu tamanho ou maior participação no mercado.

 Variáveis independentes                                           Variáveis dependentes
                                                                                              -Produtividade
        - Nível individual                                                         -Absenteísmo
          -Nível Grupal                                                                             -Rotatividade
    - Nível Organizacional                                    - Satisfação do trabalho
                                                - Cidadania Organizacional





 


Variáveis Resultantes ou Finais

 - Alcance de Objetivos
                Organizacionais
- Valor econômico agregado
- Renovação Organizacional
- Crescimento Organizacional.

Este desenho sugere que todas as variáveis funcionam como uma extensa cadeia de valor. Pensando nessa cadeia de valor de forma crescente, do fim para o início vemos que, para que a organização chegue a variáveis finais ou resultantes – como alcançar objetivos globais, agregar valor econômico (em temos de lucratividade ou aumento de seus ativos intangíveis), renovar e revitalizar e crescer -, ela precisa garantir variáveis dependentes como desempenho/produtividade, absenteísmo, rotatividade, satisfação no trabalho e grau de cidadania organizacional. E estas decorrências das variáveis independentes.
Daí a importância do CO: ele esclarece o núcleo e a lógica organizacional que permite alcançar o sucesso das organizações. E o sucesso organizacional somente acontece quando as variáveis dependentes provocam as decorrências e desdobramento que acabamos de ver em uma cadeia de valor crescente que leva às variáveis resultantes.

  • RESUMO E IMPLICAÇÕES
  •  
  • O comportamento organizacional [e um campo de estudo que investiga os impactos que os indivíduos, os grupos e a estrutura t”Em sobre o comportamento dentro de uma organização e, depois, utiliza este conhecimento para ajudar as empresas a trabalhar com maior eficácia. Mais especificamente, o estudo do comportamento organizacional enfoca como melhorar a produtividade, reduzir o absenteísmo e a rotatividade e aumentar a cidadania organizacional e a satisfação no trabalho.
  • Todos nos fazemos generalizações sobre o comportamento das pessoas. Algumas destas generalizações podem fornecer um entendimento valido sobre p comportamento humano, mas muitos são equivocados. O comportamento organizacional utiliza o estudo sistemático para melhorar as previsões sobre o comportamento que seriam feitas de maneira intuitivas. Mas, como as pessoas diferem uma das outras, precisamos analisar o comportamento organizacional dentro de um cenário, utilizando de variáveis situacionais como moderadoras dos relacionamentos causa e efeito.
  • O estudo do comportamento organizacional oferece desafios e oportunidades para os funcionários. Ele aponta para a diferença e ajuda esses funcionários a perceber o valor da diversidade da mão-de-obra e quais as práticas que precisam ser modificadas quando se opera em diferentes países. Este estudo pode melhorar a qualidade e a produtividade dos funcionários, mostrando aos administradores como dar autonomia ao seu pessoal e como elaborar e programar programas de mudanças, melhorar o atendimento ao cliente e ajudar executivos a enfrentar a escassez crônica de trabalho. Em termos de mudanças rápidas e constantes- como o enfrentamento hoje pela maioria das empresas-, o estudo do comportamento organizacional pode ajudá-los a lidar com um mundo de temporariedade e aprender formas de estimular a inovação. Finalmente, o entendimento do comportamento organizacional oferece a eles orientações para a criação de um ambiente de trabalho eticamente saudAVEL.
MICHAEL DAVID DE OLIVEIRA --TEC-SEGU
michael-tecsegu@live.com