MÓDULO 1
INTRODUÇÃO À HIGIENE INDUSTRIAL
HISTÓRICO
A higiene do trabalho hoje, é uma ciência muito moderna. O seu desenvolvimento teve que esperar por muito tempo, principalmente os avanços da medicina e com ela se mistura em sua origem.
Existem vários fatos históricos que mostram a existência da higiene industrial.
As atividades laborativas nasceram com o homem. Pela sua capacidade de raciocínio e pelo seu instinto gregário, o homem conseguiu, através da história, criar uma tecnologia que possibilitou sua existência no planeta.
Uma revisão dos documentos históricos relacionados à Segurança do Trabalho permitirá observar muitas referências a riscos do tipo profissional mesclados aos propósitos do homem de lograr a sua subsistência. Na antiguidade a quase totalidade dos trabalhos eram desenvolvidos manualmente - uma prática que nós encontramos em muitos trabalhos dos nossos dias.
Hipócrates em seus escritos que datam de quatro séculos antes de Cristo, fez menção à existência de moléstias entre mineiros e metalúrgicos.
Plínio, O Velho, que viveu antes do advento da era Cristã, descreveu diversas moléstias do pulmão entre mineiros e envenenamento advindo do manuseio de compostos de enxofre e zinco.
Galeno, que viveu no século II, fez várias referências a moléstias profissionais entre trabalhadores das ilhas do mediterrâneo.
Agrícola e Paracelso investigaram doenças ocupacionais nos séculos XV e XVI. Georgius Agrícola, em 1556, publicava o livro "De Re Metallica", onde foram estudados diversos problemas relacionados à extração de minerais de prata e ouro, e à fundição dos mesmos. Esta obra discute os acidentes do trabalho e as doenças mais comuns entre os mineiros, dando destaque à chamada "asma dos mineiros". A descrição dos sintomas e a rápida evolução da doença parece indicar sem sombra de dúvida, tratarem de silicose.
Em 1697 surge a primeira monografia sobre as relações entre trabalho e doença de autoria de Paracelso: "Von Der Birgsucht Und Anderen Heiten". São numerosas as citações relacionando métodos de trabalho e substâncias manuseadas com doenças. Destaca-se que em relação à intoxicação pelo mercurio, os principais sintomas dessa doença profissional foram por ele assinalados.
Em 1700 era publicado na Itália, um livro que iria ter notável repercusão em todo o mundo. tratava-se da obra "De Morbis Artificum Diatriba" de autoria do médico Bernardino Ramazzini que, por esse motivo é cognominado o "Pai da Medicina do Trabalho". Nessa importante obra, verdadeiro monumento da saúde ocupacional, são descritas cerca de 100 profissões diversas e os riscos específicos de cada uma. Um fato importante é que muitas dessas descrições são baseadas nas próprias observações clínicas do autor o qual nunca esquecia de perguntar ao seu paciente: "Qual a sua ocupação?".
Devido a escasses de mão de obra qualificada para a produção artesanal, o gênio inventivo do ser humamno encontrou na mecanização a solução do problema.
Partindo da atividade predatória, evoluiu para a agricultura e pastoreio, alcançou a fase do artesanato e atingiu a era industrial.
Entre 1760 e 1830, ocorreu na Inglaterra a Revolução Industrial, marco inicial da moderna industrialização que teve a sua origem com o aparecimento da primeira máquina de fiar.
Até o advento das primeiras máquinas de fiação e tecelagem, o artesão fora dono dos seus meios de produção. O custo elevado das máquinas não mais permitiu ao próprio artífice possuí-las. Desta maneira os capitalistas, antevendo as possibilidades econômicas dos altos níveis de produção, decidiram adquiri-las e empregar pessoas para faze-las funcionar. Surgiram assim, as primeiras fábricas de tecidos e, com elas, o Capital e o Trabalho.
Somente com a revolução industrial, é que o aldeão, descendente do troglodita, começou a agrupar-se nas cidades. Deixou o risco de ser apanhado pelas garras de uma fera, para aceitar o risco de ser apanhado pelas garras de uma máquina.
A introdução da máquina a vapor, sem sombra de dúvida, mudou integralmente o quadro industrial. A indústria que não mais dependia de cursos d'água, veio para as grandes cidades, onde era abundante a mão de obra.
Condições totalmente inóspitas de calor, ventilação e umidade eram encontradas, pois as "modernas" fábricas nada mais eram que galpões improvisados. As máquinas primitivas ofereciam toda a sorte de riscos, a as consequências tornaram-se tão críticas que começou a haver clamores, inclusive de orgãos governamentais, exigindo um mínimo de condições humanas para o trabalho.
A improvisação das fábricas e a mão de obra constituída não só de homens, mas também de mulheres e crianças, sem quaisquer restrições quanto ao estado de saúde, desenvolvimento físico passaram a ser uma constante. Nos últimos momentos do século XVIII, o parque industrial da Inglaterra passou por uma série de transformações as quais, se de um lado proporcionaram melhoria salarial dos trabalhadores, de outro lado, causaram problemas ocupacionais bastante sérios.
O trabalho em máquinas sem proteção; o trabalho executado em ambientes fechados onde a ventilação era precária e o ruído atinge limites altíssimos; a enexistência de limites de horas de trabalho; trouxeram como consequência elevados índices de acidentes e de moléstias profissionais.
Na Inglaterra, França e Alemanha a Revolução Industrial causou um verdadeiro massacre a inocentes e os que sobreviveram foram tirados da cama e arrastados para um mundo de calor, gases, poeiras e outras condições adversas nas fábricas e minas. Esses fatos logo se colocaram em evidência pelos altos índices de mortalidade entre os trabalhadores e especialmente entre as crianças.
A sofisticação das máquinas, objetivando um produto final mais perfeito e em maior quantidade, ocasionou o crescimento das taxas de acidentes e, também, da gravidade desses acidentes.
Nessa época, a causa prevencionista ganhou um grande adepto: Charles Dickens. Esse notável romancista inglês, através de críticas violentas, procurava a todo custo condenar o tratamento impróprio que as crianças recebiam nas indústrias britânicas.
A informação mais antiga sobre a preocupação com a segurança do trabalho está registrada num documento egípcio. O papiro Anastacius V fala da preservação da saúde e da vida do trabalhador e descreve as condições de trabalho de um pedreiro. Também no Egito, no ano 2360 a.C., uma insurreição geral dos trabalhadores, deflagrada nas minas de cobre, evidenciou ao faraó a necessidade de melhorar as condições de vida dos escravos.
O Império Romano aprofundou o estudo da proteção médico-legal dos trabalhadores e elaborou leis para sua garantia. Os pioneiros do estabelecimento de medidas de prevenção de acidentes foram Plínio e Rotário, que pela primeira vez recomendaram o uso de máscaras para evitar que os trabalhadores respirassem poeiras metálicas.
As primeiras ordenações aos fabricantes para a adoção de medidas de higiene do trabalho datam da Idade Média. Os levantamentos das doenças profissionais, promovidos pelas associações de trabalhadores medievais, tiveram grande influência sobre a segurança do trabalho no Renascimento. Nesse período, destacaram-se Samuel Stockausen como pioneiro da inspeção médica no trabalho e Bernardino Ramazzini como sistematizador de todos os conhecimentos acumulados sobre segurança, que os transmitiu aos responsáveis pelo bem-estar social dos trabalhadores da época na obra intitulada De morbis artificum (1760; Sobre as doenças dos trabalhadores).
Em 1779, a Academia de Medicina da França já fazia constar em seus anais um trabalho sobre as causas e prevenção de acidentes. Em Milão, Pietro Verri fundou, no mesmo ano, a primeira sociedade filantrópica, visando ao bem-estar do trabalhador. A revolução industrial criou a necessidade de preservar o potencial humano como forma de garantir a produção.
A sistematização dos procedimentos preventivos ocorreu primeiro nos Estados Unidos, no início do século XX. Na África, Ásia, Austrália e América Latina os comitês de segurança e higiene nasceram logo após a fundação da Organização Internacional do Trabalho (OIT), em 1919.
HISTÓRIA DO PREVENCIONISMO NO BRASIL
A industrialização do Brasil é lenta e a passagem do artesanato à indústria é demorada. Traçando um pequeno histórico da legislação trabalhista brasileira, destacamos:
HISTÓRIA DO PREVENCIONISMO NO BRASIL
A industrialização do Brasil é lenta e a passagem do artesanato à indústria é demorada. Traçando um pequeno histórico da legislação trabalhista brasileira, destacamos:
1- Em 15 de janeiro de 1919 é promulgada a primeira Lei nº 3724 sobre Acidente de trabalho, já com o conceito do risco profissional. Esta mesma Lei é alterada em 5 de março do mesmo ano pelo Decreto 13.493 e em 10 de julho de 1934, pelo Decreto 24.637. Em 10 de novembro de 1944, é revogada pelo Decreto Lei 7.036 que dá às autoridades do Ministério do Trabalho a incumbência de Fiscalizar a Lei dos Acidentes do Trabalho.
2- Em 01 de Maio de 1943 houve a publicação do Decreto Lei 5.452 que aprovou a CLT, Consolidação das Leis do Trabalho, cujo capítulo V refere-se a Segurança e Medicina do Trabalho.
3- Em 1953 a Portaria 155 regulamenta e organiza as CIPA´s e estabelece normas para seu funcionamento.
4- A Portaria 319 de 30.12.60 regulamenta a uso dos EPI´s.
5- Em 28 de Fevereiro de 1967 o Decreto Lei 7036 foi revogado pelo Decreto Lei n.º 293.
6- A Lei 5.136 – Lei de Acidente de Trabalho – surge em 14 de Setembro de 1967.
7- Em 1968 a Portaria 32 fixa as condições para organização e funcionamento das CIPA´s nas Empresas.
8- Em 1972 a Portaria 3.237 determina obrigatoriedade do serviço Especializado de Segurança do Trabalho.
9- Em 22 de Dezembro de 1977 é aprovada a Lei 6.514 que modifica o Capítulo V da CLT.
10- Em 08 de Junho de 1978 a Lei 6.514 é regulamentada pela Portaria 3.214.
11- Em 27 de Novembro de 1985 a Lei 7.140 – dispõe sobre a Especialização de Engenheiros e Arquitetos em Engenheiro de Segurança.
12- Em 17 de Março de 1985 a Portaria 05 constitui a Comissão Nacional de Representantes de Trabalhadores para Assuntos de Segurança do Trabalho.
13- Em 1973 a Lei 5.889 e Portaria 3.067 de 12 de Abril de 1988 aprovam as Normas Regulamentadoras Rurais relativas à Segurança do Trabalho.
14- Em 05 de Outubro de 1988 a Constituição do Brasil nas Disposições Transitórias Art. 10 item II, garante aos membros da CIPA a garantia do emprego.
Em 1910, nos Estados Unidos, Alice Hamilton, destaca-se como pioneira no campo da doença ocupacional, área totalmente inexplorada até então. Seu trabalho individual, que compreendia não só o reconhecimento da doença, mas a avaliação e o controle dos agentes causadores, deveria ser considerado como um dos marcos do início da prática da higiene industrial nos EUA.
Em 1987 foi fundada a Associação Internacional de Higiene Ocupacional (AIHO). A AIHO é uma federação de associação nacional dedicada à promoção com a higiene ocupacional.
As escolas de Engenharia e Saúde Pública da Universidade de Harvard, em Boston e Massachusetss foram as primeiras a estabelecer um programa de graduação A engenheiros em Higiene Industrial. Nos países baixos começaram oficialmente em 1928.
O Reino Unido, possui um grupo de higienista ocupacional da Europa, mais importante.
A certificação dos Higienistas começou nos Estados Unidos nos anos 60 e reino Unido nos anos 70.
Em 1939 foi fundada a associação americana de higiene industrial. A norma para a concentração máxima permissível das substâncias tóxicas do ar foi estabelecida primeiramente pela ACGIH (American Conference of Governmental Industrial Hygienists) em 1947 e foram adotados o TLV (Therold Level Valor), em 1955.
Na Suécia, seu inicio foi nos anos 30, com o Instituto Nacional de Saúde Pública, em 1966. O Instituto Nacional de Saúde Publica publicou a primeira lista de limite de exposição ocupacional em 1969, essa lista incluía 70 substâncias, aproximadamente.
Com a criação da OIT (Organização Internacional do Trabalho), a adoção de uma legislação trabalhista, e o estudo de várias organizações internacionais como a ACGIH, OSHA entre outras, que estudam e propõe os limites de tolerância para vários agentes químicos e físicos houve uma acentuada melhoria nas condições de trabalho em vários países, minimizando a ocorrência de doenças profissionais que em alguns casos é irreversível.
CAPACIDADE DO TÉCNICO DE HIGIENE OCUPACIONAL
Seu conhecimento especializado capacita para contribuir e desenvolver medidas para a proteção da saúde que podem ser incorporadas a um processo com os menores custos e uma máxima eficiência.
O higienista industrial pode proporcionar uma perspectiva única a uma empresa e oferecer soluções especializadas a numerosos problemas.
A American Conference of Governmental Industrial Hygienists (ACGIH), foi fundada em 1938 por um grupo de Higienistas industriais do governo com o objetivo de trocar idéias e experiências e promover normas e técnicas da saúde industrial.
A legislação da Occupational Safety and Health, de 1970, tem proporcionado programas de saúde e de riscos relacionados ao trabalho.
O National Institutwe for Occupational safety and Health (NIOSH), foi criado pelo ministério da saúde, educação e bem estar social com critérios das normas da OSHA. Responsável pela condução de pesquisas e efetivação de recomendações para a prevenção de doenças e riscos provenientes dos locais ou procedimentos de trabalho.
A NOSH é uma organização formada por empregados que representam diversas disciplinas que incluem higiene industrial, engenharia, medicina epidemiologia e estatística.
Em 1970, o congresso dos Estados Unidos aprovou o ato denominado "Accupational Safety And Health Act", "para garantir no máximo possível a cada trabalhador, homem ou mulher, condições seguras de trabalho e saúde em toda nação.
O citado ato criou a Occupational and Health Administration (OSHA) para efetuar a emissão de normas e a NISH para realizar as pesquisas.
CONCEITO
Higiene industrial é a ciência e a arte dedicada a:
- antecipação;
- reconhecimento;
- avaliação;
- controle.
Estes fatores e os riscos ambientais originados nos postos de trabalho podem causar enfermidades, prejuízos para a saúde ou o bem estar dos trabalhadores, tendo também em vista o possível impacto nas comunidades vizinhas e no meio ambiente em geral.
A higiene industrial se relaciona direta ou indiretamente com os diversos ramos profissionais a saber:
Ø saneamento e meio ambiente Ö controle de emissão de poluentes;
Ø psicologia e sociologia Ö estudo e melhoria das doenças psíquicas;
Ø medicina do trabalho Ö exames médicos e detectar doenças ocupacionais;
Øsegurança do trabalho Ö evitar doenças profissionais;
Øengenharia Ö projetos de melhoria do meio ambiente;
Øergonomia Ö projetos e estudos de melhoria dos postos de trabalho.
Por se tratar de uma ciência que tem como objetivo principal a relação entre o homem e o meio ambiente de trabalho a higiene industrial necessita para o seu bom desenvolvimento e desempenho de práticas de ações multi-disciplinares de educação dos trabalhadores, no sentido de prevenir os riscos ambientais existentes nos locais de trabalho, obtendo-se com isso uma melhor organização de trabalho e uma satisfação dos trabalhadores, no desempenho de suas atividades laborais.
CONCEITO E CLASSIFICAÇÃO DOS RISCOS AMBIENTAIS
Os riscos ambientais são os agentes físicos, químicos e biológicos presentes nos ambientes de trabalho capazes de produzir danos à saúde do trabalhador, quando os limites de tolerância são superados.
AGENTES FÍSICOS
|
AGENTES QUÍMICOS
|
AGENTES BIOLÓGICOS
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Ruído
Calor
Radiação ionizante
Radiação não ionizante
Vibração
Umidade
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Gases
Vapores
Poeiras
Fumos metálicos
Névoas
Neblinas
|
Vírus
Bactérias
Protozoários
|
Esses limites de tolerância são fixados em razão da natureza, concentração ou intensidade do agente ao qual se esta exposto e ao tempo de exposição. Devido a estes fatos, não podemos adotá-los como valores rígidos entre uma condição segura, pois os mesmos são capazes de gerar alguma doença, isto porque depende da susceptibilidade de cada ser humano, ou seja, da sensibilidade de cada indivíduo. Para o higienista, os limites devem ser encarados como valores referenciais.
Devemos entender que limite de tolerância (LT), são aquelas concentrações dos agentes químicos ou intensidade dos agentes físicos presentes no ambiente de trabalho, sob as quais os trabalhadores podem ficar expostos durante toda a sua vida laboral sem sofrer efeitos nocivos à saúde. Esses limites tem por objetivo garantir a proteção da saúde do trabalhador. Como exemplo destes limites de tolerância podemos citar:
Agente físico Ö Ruído Ö 85 dB(A);
Agente químico Ö Amônia Ö 20 ppm.
CONCEITOS FUNDAMENTAIS
Segundo a American Industrial Higgienne Association "Ciência e arte devotada ao reconhecimento, avaliação de controle dos "fatores e estressores" "ambientais" presente de oriundos do local de trabalho os quais podem causar doença, degradação da saúde ou bem estar ou desconforto significativo e eficiência entre os trabalhadores ou cidadãos de uma comunidade" (citação na enciclopédia de segurança e saúde ocupacional da OIT)
O reconhecimento de riscos sem a intervenção e o controle; isto é, sem a conseqüente prevenção da doença não qualifica atuação como higiene ocupacional.
Um programa de Higiene Ocupacional deve conter 3 principais objetivos:
- Prevenir doenças ocupacionais;
-Documentar condições saudáveis de trabalho para empresa;
-Cumprir a legislação vigente;
ESTRUTURA DA HIGIENE OCUPACIONAL.
Antecipação: consiste em identificar os riscos potenciais e reais durante o projeto, construção, alteração de projeto, aplicações e etc.
Reconhecimento: consiste em identificar os riscos reais e potenciais nos locais de trabalho. O reconhecimento é realizado da seguinte maneira:
- Levantamento de Materiais e Insumos Utilizados;
- Inspeção de Higiene do Trabalho;
- Descrição das Tarefas
- Inspeções de Novas Instalações
- Análise de Segurança dos Equipamentos
- Revisão de Higiene do Projeto
Avaliação: consiste em determinar a concentração ou intensidade de agente ambiental agressivo existente no local de trabalho, através de:
MONITORAÇÃO PESSOAL
São as amostras coletadas perto do nariz, boca e ouvido dos empregados, através de instrumentos de medição durante determinado período.
MONITORAMENTO DA ÁREA
É aquela em que as amostras são coletadas nas áreas de trabalho, através de instrumentos durante um determinado período.
- Onde a monitoração pessoal é impossível;
- Onde a concentração de um contaminante do ar interior de vasos e tanques deve ser medida antes de entrarem.
- Como avaliação existentes e posteriores a monitoração pessoal.
TEMPO DE EXPOSIÇÃO
Quanto maior o tempo de exposição maiores serão as possibilidades de se produzir uma doença do trabalho.
Concentração ou intensidade dos agentes ambientais
Quanto maior a concentração ou intensidade dos agentes agressivos presentes no ambiente de trabalho, tanto maior será a possibilidade de danos à saúde dos trabalhadores expostos.
CARACTERÍSTICA DOS AGENTES AMBIENTAIS
As características especificas de cada agente também contribuem para a definição do seu potencial de agressividade.
O estudo do ambiento de trabalho, visando estabelecer relação entre esse ambiente e possíveis danos à saúde dos trabalhadores que devem efetuar seus serviços normais nesses locais, constitui o que chamamos de levantamento das condições ambientais de trabalho.
O levantamento pode dividir-se em duas partes
- Estudo qualitativo
- Estudo quantitativo
O estudo qualitativo das condições de trabalho visa coletar o maior número possível de informações e dados necessário, a fim de fixar as diretrizes a serem seguidas no levantamento quantitativo.
O estudo quantitativo completara o reconhecimento preliminar dos ambientes de trabalho, através de medições adequadas, que nos dirão no final quais são as possibilidades dos trabalhadores serem afetados pelos diferentes agentes agressivos presentes nos locais de trabalho.
LEVANTAMENTO QUALITATIVO
NORMAS GERAIS DE PROCEDIMENTO
Deve-se iniciar o reconhecimento qualitativo do ambiente de trabalho com um estudo minucioso de uma planta atualizada do local, assim como de um fluxograma dos processos, a fim de estabelecer a forma correta de proceder o levantamento: saber o que fazer e como fazer, nos diferentes locais de trabalho.
- O estudo qualitativo deve dar informação detalhada de aspecto como:
- número de trabalhadores;
- horários de trabalho;
- matérias primas usadas, incluindo nome comercial e nome científico das substâncias;
- maquinarias e processos;
- tipos de energia usada para transformação de materiais;
- produtos semi-elaborados.
- produtos acabados;
- substâncias complementares usadas nos processos;
- existência ou não de equipamentos de controle, tais com: ventilação local, estado em que se encontram os equipamentos, etc.
- tipos de iluminação e estado das iluminarias;
- presenças de poeiras, fumos, névoas e ponto de origem de dispersão;
- uso de EPI por parte dos trabalhadores;
As informações colhidas podem ser coletadas e dispostas em um documento padronizado, de maneira a reunir informações importantes e necessárias.
LEVANTAMENTO QUANTITATIVO
A coleta dos dados do levantamento qualitativo será importante para traçar os rumos a serem seguidos no levantamento quantitativo. Este, por sua vez, deve ser minucioso e completo, para que represente as condições reais em que se encontra o ambiente de trabalho.
Deve-se, portanto, verificar a intensidade ou concentração dos agentes físicos e químicos existentes no local analisado. Dessa forma, são colhidos subsídios para definir as medidas de controle necessárias.
Uma vez adotadas as medidas de controle que alteram as condições de exposição inicialmente avaliadas, será necessário um novo levantamento quantitativo, para se verificar a eficácia das medidas implantadas.
EXPOSIÇÃO
O tempo real de exposição será determinado considerando-se a análise da tarefa desenvolvida pelo trabalhador.
Essa análise deve incluir estudos tais como:
- tipo de serviço;
- movimentos do trabalhador ao efetuar o seu serviço;
- períodos de trabalho e descanso, considerando todas as suas possíveis variações durante a jornada de trabalho;
CONCENTRAÇÃO/INTENSIDADE
A concentração dos poluentes químicos ou intensidade dos agentes físicos devem ser avaliadas, mediante amostragem nos locais de trabalho, de maneira tal que essas amostragens sejam o mais representativas possível da exposição real do trabalhador a esses agentes agressivos. Este estudo deve considerar também as características físico-químicas dos contaminantes. Periodicamente, deverão ser realizadas novas quantiferações, a fim de detectar-se possíveis alterações, que exijam a adoção de novas medidas de controle ou a adequação das já existentes.
Os critérios de avaliação e controle de cada agente serão estudados dentro dos itens especificados.
SUSCEPTIBILIDADE INDIVIDUAL
A complexidade do organismo humano implica em que a resposta do organismo a um determinado agente pode variar de indivíduo. Portanto, a susceptibilidade individual é um fator importante a ser considerado.
Todos estes fatores devem ser estudados quando se apresenta um risco potencial de doença do trabalho e, na medida em que este esteja claramente estabelecido, podemos planejar a implantação de medidas de controle, que levarão à eliminação ou à minimização do risco em estudo e as características próprias que distinguem o tipo de risco físico.
MEDICINA DO TRABALHO
Junto ao estudo ambiental terá de ser feito o estudo médico do trabalhador exposto, a fim de determinar possíveis alterações no seu organismo, provocadas pelos agente agressivos, que permitirão a instalação de danos mais importantes, se a exposição continuar.
CLASSIFICAÇÃO E ESTUDOS DOS CONTAMINANTES
Agentes Químicos – Todas as substâncias puras ou compostas e os produtos (misturas), podem entrar em contato com o organismo por uma multiplicidade de vias, expondo o trabalhador a riscos.
A- RISCOS QUÍMICOS;
B- RISCOS FÍSICOS;
C- RISCOS BIÓLOGICOS
RISCOS QUÍMICOS
- Aerodispersóides;
- Gases e vapores;
1- Classificados em relação ao tamanho da partícula e à sua forma de origem
2- Ruptura mecânica de sólidos e líquidos
3- Condensação ou oxidação de vapores, provenientes, respectivamente de substâncias sólidas ou líquidas a temperatura e pressão normais (25°c e 1 atmosfera de pressão)
AERODISPERSÓIDES
CONCEITUAÇÃO E CLASSIFICAÇÃO
De maneira geral, um aerodispersóide está formado por uma dispersão de partículas sólidas ou liquidas no ar, de tamanho reduzido, que podem variar entre um limite superior, não bem definido, de 100 a 200 (mícrons), até um limite inferior da ordem de 0,5µ , no caso das poeiras.
Em aerossóis formados por condensação (fumos), o tamanho da partícula varia comumente, entre 0,5 e 0,001µ.
Podemos, então distinguir entre os aerodispersóides:
POEIRAS: são partícula sólidas, produzidas por ruptura mecânica de sólidos .
FUMOS: são partículas sólidas, produzidas por condensação ou oxidação de vapores de substancias que são sólidas a temperatura normal.
NÉVOAS: são partículas liquidas, produzidas por ruptura mecânica de líquidos.
NEBLINAS: são partículas liquidas, produzidas por condensação de vapores de substâncias que são líquidas a temperatura normal.
Em relação ao seu tamanho, as poeiras e as névoas estão formadas por partículas de mais de 0,5µ.
Deve-se entender que esta não é uma diferença rígida, já que na realidade, existe uma superposição dos grupos.
O tempo que os aerodispersóides podem permanecer no ar depende do seu tamanho, peso especifico e da velocidade de movimentação do ar.
Quanto mais tempo o aerodispersóide permanecer no ar maior é a chance de ser inalado pelo trabalhador e de produzir nele intoxicações.
As partículas sólidas de maior risco são aquelas com menos de 5µ, visíveis apenas ao microscópio. Estas constituem a chamada fração respirável, já que podem ingressar, pela inalação, até os pulmões.
As partículas sólidas maiores que 0,5µ são retidas no aparelho respiratório superior ou nos cílios da traquéia; as menores que 0,5µ são reexaladas ao exterior.
Os aerodispersóides líquidos podem estar formados por uma substância pura, uma solução ou uma suspensão.
No Primeiro caso, deve-se ter presente que a inalação de uma partícula liquida pode significar uma evaporação posterior e produzir, ao nível dos alvéolos pulmonares, uma concentração elevada de vapores, com a conseqüente possibilidade de passar ao sangue e ao resto do organismo.
As soluções podem representar um risco tanto pelo solvente quanto pela substância dissolvida, dependendo o possível dano das características de cada uma delas.
AEROSÓIS SÓLIDOS
Já foram classificados em poeira e fumos, estabelecendo-se um diâmetro aproximado de 0,5µ como limite entre um grupo e outro.
FUMOS
Os fumos já foram definidos como partículas formadas em processo de combustão e condensação de materiais comumente sólidos, tais como fusão de metais e a combustão de madeira.
Para a higiene industrial os, os fumos de maior interesse são os metálicos. A maioria dos metais e seus compostos, utilizados em qualquer processo industrial, apresenta alguns riscos. Os mais importantes são o chumbo, mercúrio, arsênio, cromo, manganês, o que não quer dizer menor risco, o antimônio, o estanho, o cobre, o níquel, o zinco, o cádmio, o selênio, o ferro e seus compostos.
Entre os fumos metálicos de maior toxidade, distinguem-se os de chumbo, que produzem a doença ocupacional chamada saturismo ou plumbismo.
POEIRAS
O pó é constituído por partículas geradas mecanicamente, resultante de operações tais como: moer, perfuração, explosões e manuseio de minérios, limpeza abrasiva, corte e polimento de granitos, etc.
A maior porcentagem de partículas arrastadas pelo as em forma de pó, tem menos de 1 mícron de tamanho
Devemos ter presente que aquelas partículas de tamanho inferior a 5µ
são as de maior importância e as que oferecem maior risco, por constituírem a chamada fração respirável. As de maior tamanho sedimentam e não são comumente inaladas.
são as de maior importância e as que oferecem maior risco, por constituírem a chamada fração respirável. As de maior tamanho sedimentam e não são comumente inaladas.
O pó inorgânico de maior importância do ponto de vista da saúde ocupacional é a sílica livre cristalizada, que é achada em grande quantidades na crosta terrestre (60% desta), formando parte de rochas, minérios, areias, tecidos vegetais, etc.
O anidrato de silício (sio2) existe na natureza em três formas:
- Cristalizada:
- Quartzo;
- Tridimita;
- Cristobalita.
- Criptocristalina:
- Calcedônia;
- Trípoli;
- Pedernal.
- Amorfa:
- Sílica coloidal;
- Gel de sílica;
- Opala.
Na forma cristalizada do quartzo é a de maior risco, causadora de uma pneumoconiose silicose. Entende –se por pneumoconiose a alteração produzida no tecido dos pulmões pela inalação de poeira orgânica ou inorgânica .
Esta alteração pode ser uma fibrose pulmonar. Entre estes dois estados, existe uma variedade de dano aos pulmões.
Além da sílica, outros compostos de silício (alguns silicatos) podem atuar sobre os pulmões, produzindo uma pneumoconiose; pode-se citar o asbesto, causador de uma fibrose pulmonar incapacitante e com evidências já bastante comprovadas de produção de câncer pulmonar.
Outros silicatos de importância são o talco, a terra de infusórios (formada principalmente de conchas de unicelulares), a mica, etc. Entre os pós orgânicos podemos discutir dois grupos:
- Os que podem produzir doenças broncopulmonares crônicas, tais como algodão, bagaço, agave (sisal);
- Poeiras que podem produzir alergias, asma ou dermatoses, tais como a semente de rícino, amido, tabaco
ALGODÃO
Os trabalhadores expostos a pó de algodão pode adquirir a doença chamada bissinose.
As primeira manifestações podem ser notadas depois de vários anos de exposição à poeira. O trabalhador, no começo, apresenta problemas respiratórios leves e uma opressão no peito, ao se apresentar para seu serviço nas manhas das segundas-feiras ou em dias subsequentes às faltas ou dias feriados.
Se o trabalhador é afastado da exposição ao pó, no início da doença, recupera-se totalmente. Nos casos avançados, produz-se uma incapacidade pulmonar permanente.
Uma das teorias que explicaria a doença baseia-se na presença de agentes farmacologicamente ativos contidos na poeira e que em contato com os tecidos pulmonares, fazem com que estes liberem a substância causadora da construção bronquial.
BAGAÇO
O bagaço é o material fibroso, que fica como resíduo depois de se espremer a cana-de-açúcar. É utilizado como material isolaste e acústico, na manufatura de papel, fertilizantes, explosivos etc.
A bagaçose é causada por inalação de pó de bagaço seco, já que o material úmido proveniente de uma moagem recente não produz a doença.
Depois de certo tempo de exposição, manifestam-se os sintomas, tias como febre e dificuldades respiratórias, sendo que, em estados avançados, a doença se torna crônica,
AVALIAÇÃO
GENERALIDADES
Uma avaliação quantitativa de um ambiente de trabalho é o ponto de partida para planejar as medidas de controle que poderão se adotadas e, dessa forma, eliminar ou minimizar os riscos presentes.
Quando se trata de avaliar quantitativamente um problema de aerodispersóides, ele se torna bastante difícil já que normalmente, se trata de misturas complexas de partículas de diferentes tamanhos, formas, estado de agregação, velocidade de sedimentação e composição
Por este motivo, nenhuma magnitude pede definir complemente uma concentração de um aerodispersóide, diferença que ocorre quando se determina uma concentração de gás ou vapor.
Por outro lado, determinações da concentração de um aerodispersóide, feitas por diferentes métodos, não "entregam" resultados concordantes. Por isso, o método selecionado deveria ser adequado a cada problema particular, pois também podemos afirmar que a concentração de um aerodispersóide no ambiente de um local de trabalho varia no espaço e no tempo, fazendo com que estes parâmetros tenham uma influência importante nos resultados da medição feita.
RUÍDO
CONCEITO
O ruído é um agente invisível e que grande malefício causa aos trabalhadores. O ruído é conhecido desde os primórdios e existem relatos antigos como no antigo Egito de pessoas que moravam às margens do Rio Nilo com perda auditiva.
Para que possamos entender o que é ruído, vamos partir primeiro para a definição do que é som.
SOM Ö é toda vibração mecânica que se propaga por um meio (ar), desde que as freqüências que a compõe encontrem-se dentro de uma determinada faixa audível de freqüência ou audio freqüência.
RUÍDO Ö é um som desagradável de ser ouvido e que causa desconforto.
Pesquisas realizadas com jovens, sem problemas auditivos revelaram que o valor mínimo que se pode escutar, encontra-se ao redor de 0,00002 N/m2 e que o limiar da dor se encontra em 200 N/m2.
O ruído pode ser classificado de tres maneiras diferentes, conforme as suas características físicas:
a) CONTÍNUO Ö ruído com pequenas variações dos níveis durante o período de observação como em máquinas operatrizes, ventoínhas, turbinas, motores elétricos, sirenes e etc;
b) INTERMITENTE Ö ruído cujo o nível varia continuamente de uma valor apreciável durante um período de observação como em perfuratrizes de rocha, tratores;
c) IMPACTO Ö ruído que se apresenta em picos de energia acústica de duração inferior a um segundo como em guilhotinas, prensas e etc.
CÁLCULOS DE ADIÇÃO E SUBTRAÇÃO DE RUÍDO
Para cálculos de adição e subtração de níveis de ruído, os mesmos não podem ser feitos algebricamente, isto porque o ruído é quantificado em uma escala logarítmica. Para facilitar estes cálculos poderemos utilizar os gráficos abaixo, conforme os exemplos que se seguem.
a) ADIÇÃO
Considerando mais de uma fonte de ruído em funcionamento, devemos seguir o seguinte procedimento:
- medir o ruído de cada máquina,
- achar a diferença entre elas e entrar no gráfico,
- subir até a curva e obter o DL,
- adicionar o valor de DL encontrado ao maior dos níveis .
Exemplo:
Três máquinas funcionam ao mesmo tempo, e foi realizada uma medição de ruído (nível de pressão sonora NPS) que são:
FONTE
|
NPS em dB(A)
|
A
B
C
|
90
104
95
|
Ache o NPS total.
A B C NPS1 = 104 - 90 = 14, seguindo pelo gráfico
90 104 95 DL = 0,2, então NPS1= 104,2
104,2 NPS2 = 104,2 - 95 = 9,2, seguindo pelo gráfico
104,6 DL = 0,4, então NPSt = 104,2 + 0,4 = 104,6 dB
b) SUBTRAÇÃO
Para que possamos realizar a subtração de níveis de ruído é necessário que se faça a subtração do ruído de fundo, para que o mesmo não interfira na medição realizada na máquina em estudo. Para realizar esta operação devemos seguir os seguintes procedimentos:
- medir a máquina e medir o ruído do ambiente onde a mesma esta localizada (ruído de fundo),
- obter a diferença entre os dois e ir no gráfico e obter na curva o DL, subtrair o DL do maior dos valores do nível de pressão sonora.
Exemplo
Uma lixadeira esta colocada no meio de outras máquinas. O nível de pressão sonora (NPS) de todas as máquinas em funcionamento é de 105 dB(A). Desligando-se a lixadeira e o resto das máquinas estando em funcionamento o NPS reduz-se para 98 dB(A). determine o NPS produzido pela lixadeira isoladamente.
FONTE
|
NPS
|
A
B
|
105
98
|
A B NPSt = 105 - 98 = 7, seguindo pelo gráfico DL = 0,9
105 98 NPSt = 105 - 0,9 = 104,1 dB(A)
104,1
MECANISMOS DE AUDIÇÃO E CAUSAS DA EXPOSIÇÃO PROLONGADA AO RUÍDO
Sendo uma onda mecânica, o som penetra no ouvido humano através do pavilhão auricular, percorrendo o canal auditivo até encontrar-se com o tímpano, fazendo-o vibrar, essas vibrações são transferidas para os tres ossículos existentes, o martelo, o estribo e a bigorna, que trabalham como uma série de alavancas. O estribo ao se movimentar gera ondas de pressão que fazem com que o líquido contido na cóclea se movimente e estimular as células ciliadas a produzirem sinais elétricos. Estes sinais elétricos chegam até o cérebro para o nosso entendimento do som produzido. O som percorre distâncias diferentes na cóclea e dependendo da freqüência emitida permite ao ouvido distinguir as freqüências do som escutadas. Abaixo podemos verificar o ouvido e as suas divisões como ouvido externo, ouvido médio e ouvido interno e um esquema mecânico comparativo da audição.
Comparativo mecânico
Desencadeamento do impulso a partir das células ciliadas
Qualquer exposição prolongada ao ruído sem a devida proteção, causará uma redução na sensibilidade de audição, devido ao fato desta exposição prolongada danificar as células ciliadas da cóclea. Este dano em todos os casos é irreversível.
Outros fatores levam o indivíduo a perda de audição e dentre eles podemos exemplificar:
Ä idade;
Ä má formação do sistema auditivo;
Ä doenças;
Ä perda auditiva social.
A exposição prolongada ao ruído pode causar outros efeitos no corpo humano e dentre eles podemos citar:
Ä aceleração da pulsação;
Ä aumento da pressão sangüínea;
Ä mudança de comportamento como nervosismo, fadiga mental, frustação, redução no desempenho e etc;
Ä problemas menstruais;
Ä impotência sexual;
Ä entre outros.
Segue abaixo outros efeitos do ruído no corpo humano, conforme a figura:
Entende-se por ruído de impacto aquele que representa picos de energia acústica de duração inferior a 01 segundo, a intervalos superiores a 01 segundo.
Os níveis de impacto deverão ser avaliados em dB (decibéis) com o medidor operando em circuito linear e no circuito de resposta para impacto. O limite de tolerância para ruído de impacto é 130 dB linear. Nos intervalos entre os picos, o ruído deverá ser avaliado como contínuo. Quando não se dispõe de um aparelho que faça medição de ruído de impacto, pode-se usar a leitura feita no circuito de resposta rápida (FAST) e no circuito de compensação "C". Neste caso, o limite de tolerância será de 120 dB( C ).
Para a avaliação do ruído de impacto os itens 2 e 3 da norma NR 15, estabelece o limite de tolerância e a metodologia de avaliação. No Brasil, a maioria dos aparelhos de fabricação nacional não possuem o circuito para medição de ruído de impacto, portanto a norma admite a medição na escala C e resposta rápida, reduzindo o limite de tolerância para 120 dB.
A norma não estabelece o número máximo de impactos por dia, sendo que estes valores são contemplados na norma americana da ACGIH conforme tabela abaixo:
Nível de ruído
|
Impactos por dia
|
140
130
120
|
10
1000
10000
|
MEDIDAS DE CONTROLE
Podemos considerar três maneiras diferentes para realizarmos as medidas de controle que são: na fonte, na trajetória e no homem. Devemos dar prioridade para o controle de ruído na fonte e na trajetória, isto quando as condições técnicas forem viáveis.
Devemos sempre dar prioridade nestas duas formas de controle, principalmente quando tivermos um novo projeto, pois devemos nos antecipar aos riscos e nesta fase o custo de uma medida de controle é mais baixo e bem mais fácil de ser instalada.
1) CONTROLE NA FONTE
- substituição do equipamento ruidoso por um mais silencioso;
- balancear e equilibrar partes móveis (eixos);
- lubrificar corretamente rolamentos, mancais e outras partes;
- reduzir impactos quando for possível;
- alterar o processo;
- programar as operações de forma que permaneça poucas máquinas em funcionamento;
- aplicar materiais de modo a atenuar as vibrações;
- regular motores;
- reapertar estruturas;
- substituir engrenagens metálicas por plástico ou celeron;
- ter um bom programa de manutenção;
- enclausurar a fonte sempre que possível;
- utilizar atenuadores de ruído.
2) CONTROLE NA TRAJETÓRIA
Quando não for possível o controle do ruído na fonte, poderemos lançar mão desta medida, se o processo assim permitir. Esses controles consistem em:
a) evitar a propagação por meio de isolamento acústico
FONTE MEIO HOMEM
b) conseguir um máximo de perdas energéticas por absorção
FONTE MEIO HOMEM
3) CONTROLE NO HOMEM
O controle no homem só é utilizado quando nenhuma das opções acima puderem ser feitas. Este controle pode ser utilizado também como um complemento às medidas anteriores. Como medida de controle no homem podemos citar:
- limitação do tempo de exposição;
- retirar o trabalhador para outra área;
- uso constante de protetores auriculares tipo concha ou plug ou ambos;
- exames médicos periódicos para detectar algum problema auditivo;
- elaborar o PCA (Programa de controle auditivo).
A utilização de protetores auriculares deverá reduzir a intensidade de ruído para valores abaixo do limite de tolerância, para isso devemos pegar com o fabricante qual o fator de proteção do protetor auricular e subtraí-lo do NPS de maior valor, onde se executa a atividade. Devemos ter em mente que o protetor auricular deverá ser especificado pelo SESMT da empresa e nunca devemos utilizar um modelo só, pois se algum funcionário não se adaptar ao protetor utilizado deveremos ter um outro modelo que melhor se adapte, assim o trabalhador fará uso constante do equipamento.
dB(A) = dB( C ) - Rc
Exemplo
Um trabalhador utiliza protetor auricular tipo concha, marca M S A, cujo o valor do Rc é de 19,8. Qual a atenuação obtida quando do uso efetivo deste equipamento pelo trabalhador ?
NPS = 90 dB(A)
NPS = 94 dB( C )
dB(A) = dB( C) - Rc Þ 94 - 19,8 = 74,2 dB(A)
Podemos mostrar alguns exemplos de equipamentos de proteção coletiva e individual para o controle do ruído.
FIGURA 1
Utilização de biombos acústicos
FIGURA 2
FIGURA 3
FIGURA 4
Alguns níveis de ruído aceitáveis segundo a NB 95.
Sala de espetáculos
|
38 dB(A)
|
Bancos
|
60 dB(A)
|
Igrejas e templos
|
42 dB(A)
|
Cinemas
|
45 dB(A)
|
Museus
|
42 dB(A)
|
Residências
|
40 dB(A)
|
Os sons que não são audíveis para o homem são classificados em infra-sons e estão abaixo de 16 Hz e os ultra-sons são sons que estão acima de 20000 Hz. Embora não sejam perceptíveis ao nosso sistema auditivo, isto não quer dizer que não possamos sentir os seus efeitos. Os sons de baixa freqüência (infra-sons) e os de alta freqüência (ultra-sons)poderão causar sérios distúrbios ao homem, uma vez que não são ondas audíveis, mas ondas vibratórias.
O PCA adotado pela empresa poderá ser bastante útil na redução/eliminação dos níveis de ruído e consequentemente melhorar a conservação auditiva dos trabalhadores, faz-se necessário então adotar o PCA e as medidas de controle sugeridas neste programa para que possamos obter esta o resultado desejado.
A educação e os treinamentos dos trabalhadores é outro fator de fundamental importância, para que se possa evitar a perda auditiva induzida pelo ruído ocupacional. A fiscalização do uso correto e do EPI adequado faz perte deste trabalho.
A monitoração é outro fator de suma importância, pois é com ela se saberemos se a medida de controle foi e esta sendo adequada para o controle dos níveis de ruído nos locais de trabalho.
Devemos ressaltar que o não cumprimento das normas de segurança, deixando os trabalhadores expostos a níveis de ruído acima do limite de tolerância, resultará em perda auditiva, omissão e negligência, e o trabalhador afetado poderá requerer à Justiça o pagamento de indenizações devido a perda ocorrida, sendo que estas indenizações são altíssimas para o empregador.
Os sons que não são audíveis para o homem são classificados em infra-sons e estão abaixo de 16 Hz e os ultra-sons são sons que estão acima de 20000 Hz. Embora não sejam perceptíveis ao nosso sistema auditivo, isto não quer dizer que não possamos sentir os seus efeitos. Os sons de baixa freqüência (infra-sons) e os de alta freqüência (ultra-sons) poderão causar sérios distúrbios ao homem, uma vez que não são ondas audíveis, mas ondas vibratórias.
O PCA adotado pela empresa poderá ser bastante útil na redução/eliminação dos níveis de ruído e consequentemente melhorar a conservação auditiva dos trabalhadores, faz-se necessário então adotar o PCA e as medidas de controle sugeridas neste programa para que possamos obter esta o resultado desejado.
A educação e os treinamentos dos trabalhadores é outro fator de fundamental importância, para que se possa evitar a perda auditiva induzida pelo ruído ocupacional. A fiscalização do uso correto e do EPI adequado faz parte deste trabalho.
A monitoração é outro fator de suma importância, pois é com ela se saberemos se a medida de controle foi e esta sendo adequada para o controle dos níveis de ruído nos locais de trabalho.
Devemos ressaltar que o não cumprimento das normas de segurança, deixando os trabalhadores expostos a níveis de ruído acima do limite de tolerância, resultará em perda auditiva, omissão e negligência, e o trabalhador afetado poderá requerer à Justiça o pagamento de indenizações devido a perda ocorrida, sendo que estas indenizações são altíssimas para o empregador.
O QUE É IMPORTANTE SABER
Qual a origem do ruído ?
O ruído, na sociedade moderna, provém de diversas fontes, e as mais freqüentes são:
- Mecânica
- Choques
- Vibrações
- Aerodinâmica
- Ressonâncias (dutos)
- Turbulências (curvas, cotovelos, etc.)
- Hidrodinâmica
- Cavitação
- Turbulências
- Eletromagnética
- Explosões
E para que se tenha uma referência, a seguir é apresentado um quadro com exemplos de níveis de ruído e suas fontes.
Tabela 2: Exemplos de NPS
Fonte de Ruído |
NPS
dB(A)
|
Lesão Permanente |
150
|
Avião a jato |
140
|
Rebitadeira Automática |
130
|
Trovão |
120
|
Metrô |
90
|
Tráfego |
80
|
Conversação Normal |
60 a 70
|
Quarto à noite |
25 a 35
|
Porque medir o ruído?
Quando se pretende realizar o controle de uma fonte de ruído, atender a legislação, ou mesmo, prever o nível de ruído de uma fábrica, ainda na fase de projeto, o ponto chave é a realização de medições. Da sua qualidade, vai refletir o futuro de uma empresa e/ou pessoas, pois os resultados vão influenciar objetivos, planejamento, investimento, proteção.
O ruído apresenta grandes variações e há um grande número de técnicas para medi-lo. O nível de pressão sonora obtido por decibelímetro não fornece informações suficientes para se poder avaliar o perigo de uma fonte de ruído ou para servir de base para um Programa de Conservação da Audição.
E conhecer o que você tem que gerenciar é o melhor caminho para se obter sucesso. No caso do ruído, verifica-se a importância de obter as suas características, tais como: intensidade, freqüências principais, tipo, duração, etc., para que possa ser analisado e controlado, se necessário.
Os benefícios oriundos desta atividade são muitos, dentre eles destacam-se:
- Melhorar a acústica de salas e galpões;
- Saber se ele é prejudicial à saúde ou não e de que forma ele atua. Além de subsidiar pareceres para a Justiça Trabalhista, MPAs, Justiça Cível, etc.
- Possibilitar a escolha correta de medidas de prevenção e correção, tais como: correta escolha do protetor auricular, análise do nexo-causal em audiometrias, isolamento acústico de fontes de ruído ou do funcionário (cabines), etc.
- Fornecer subsídios ao planejamento decorrente da implantação do Programa de Conservação da Audição
- Favorecer o diagnóstico e fornecer uma base de dados consistente para apoiar as ações de redução do ruído sobre máquinas e equipamentos.
- Assegurar que o nível de pressão sonora não incomoda a vizinhança.
Quais são os objetivos da medição?
Deve ser prática do dia-a-dia, antes de realizarmos qualquer trabalho, fazermos um planejamento, e neste planejamento respondermos a uma pergunta crucial: - Para onde queremos ir? O que estamos buscando? Assim, nesse sentido, abaixo seguem questionamentos importantes, cujas respostas devem ser buscadas, para que os objetivos do trabalho sejam definidos e o investimento seja bem aplicado.
- Quais os objetivos da Empresa / Diretoria ? Para onde ir?
- O que a Legislação solicita ?
- Atender a Lei por afinidade ou não?
- Quais são os nossos objetivos profissionais?
- Quais questões devem ser respondidas pelo Monitoramento do Ruído ?
- Quais decisões dependem destes resultados?
- Há sobre-exposição?
- Haverá ações de controle em seguida ?
- O controle é uma pequena modificação ou depende de grandes investimentos?
- O ambiente de trabalho é aceitável ou não ?
O corpo humano pode ser comparado a um sistema mecânico complexo e com vários graus de liberdade, conforme a figura abaixo.
Os efeitos colaterais sobre o corpo humano podem ser extremamente graves. Entre estes efeitos podemos citar:
- visão turva;
- perda do equilíbrio;
- falta de concentração;
- danos permanentes a determinados órgãos do corpo.
Algumas atividades como a operação com martelete pneumático, moto-serra, desparafusadeira e outras, expõe os trabalhadores a uma degeneração gradativa do tecido muscular e nervoso. Os primeiros sintomas surgem na forma de uma perda da capacidade manipuladora e do controle do tato nas mãos conhecida como "dedo branco".
A direção na qual o corpo humano é mais sensível às vibrações é a vertical (indivíduo em pé). Na direção transversal e lateral ela é menor devido a rigidez do corpo. Podemos verificar na figura abaixo a direção da vibração no corpo e nas mãos.
A norma brasileira neste aspecto é bastante fraca em seu anexo 08, estabelecendo somente os níveis de vibração de acordo com as normas da ISO 2631/78 e da ISO/DIS 5349 ou das suas substitutas em função do número de horas de exposição.
As medições de vibração raramente são feitas, isto porque estas medições são complexas, o aparelho é muito caro e porque toda vibração esta acompanhada de ruído, por isso realizamos uma avaliação de ruído; mas não podemos deixar de lado este agente físico, pois o mesmo poderá causar danos irreversíveis ao trabalhador se não tomarmos medidas eficazes para o controle deste agente.
DICAS PARA INVESTIGAÇÃO DAS CAUSAS DO AUMENTO DE VIBRAÇÃO
Investigar as causas do aumento de vibração de determinados dispositivos é muito importante para que se aplique medidas de controle e manutenção preventiva para que as vibrações não continuem aumentando
As causas do aumento de vibração devem ser investigadas sistematicamente. Geralmente, a investigação deve ser feita de acordo com o seguinte procedimento:
- Classifique as causas como mecânicas e elétricas.
Desligar a fonte de energia, e verificar como a vibração varia. Se a vibração é atribuível a causas elétricas, ela desaparecerá.
- Verifique se a vibração é causada pela máquina acionada.
Desconecte a carga e observe o dispositivo operando isoladamente.
- Meça a variação da freqüência de vibração, sua amplitude e fase.
- Verifique se a amplitude varia com o tempo.
- Verifique a alteração da amplitude quando a velocidade de rotação varia, para julgar se a vibração causada é ou não resultado da ressonância.
- Verifique a vibração em referência a variações do lubrificante, da temperatura interna do motor, da temperatura do mancal, etc. e também verifique o comportamento do eixo.
- Organize os dados para analisar as causas da vibração.
O dedo morto causado pelas vibrações é afeição mais corrente observada nos operadores de instrumentos vibrants à mão. As vibrações podem provocar mudanças os tendões, nos músculos, os ossos e as articulações. Podem também ter efeitos para o sistema nervoso. Globalmente, estes efeitos constituem que chama-se a síndroma das vibrações do sistema main-bras. Os sintomas do dedo morto causado pelas vibrações são agravados quando as mãos são expostas frios.
Os trabalhadores atingidos da síndroma das vibrações do sistema main-bras mencionam frequentemente os sintomas seguintes :
perda de sensação nos dedos;
perda de sensibilidade táctil;
sensações de dor e de frio entre os acessos periódicos de dedo morto;
perda de força prétensão;
quistos dos ossos dos dedos e os pulsos.
A síndroma das vibrações do sistema main-bras evolui de maneira gradual e agrava-se com o tempo. Os seus sintomas podem tomar de alguns meses à vários anos antes de tornar-se perceptíveis.
Quais são os efeitos sobre a saúde das vibrações globais do corpo?
As vibrações globais do corpo podem causar o cansaço, a insónia, a cefaleia e um "tremor " pouco depois ou durante a exposição. Os sintomas são semelhantes aos que muitas das pessoas prova após uma longa viagem à bordo de um automóvel ou um navio. A exposição diária durante diversos anos às vibrações globais do corpo pode ter efeitos para o corpo inteiro e causar problemas de saúde. Os veículos aéreos, marinhos ou terrestres causam o mal dos transportes quando a exposição às vibrações produz-se na gama de frequências de 0,1 para 0,6 Hz dos estudos efectuados sobre motoristas de autocarros e de camiões mostrou que a exposição profissional às vibrações globais do corpo poderia ser originalmente diversas de perturbações do sistema circulatório, do intestino, o aparelho respiratório, dos músculos e a costas. A postura, o cansaço posturale, os hábitos alimentares e as vibrações globais do corpo são causas possíveis destas perturbações.
Estudos mostram que as vibrações globais do corpo podem fazer aumentar a frequência cardíaca, o consumo de oxigénio e a frequência respiratória, e que podem causar mudanças no sangue e a urina. Investigadores da Europa do Leste constataram que a exposição às vibrações globais do corpo pode produzir uma sensação de indisposição geral que chamam a "doença das vibrações ".
Num bom número de estudos, assinala-se uma diminuição de rendimento dos trabalhadores expostos às vibrações globais do corpo.
RADIAÇÃO IONIZANTE
As radiações são uma forma de energia que se transmite pelo espaço ou vácuo como ondas eletromagnéticas. Quando absorvidas pelo organismo vivo, são responsáveis por uma série de fenômenos que podem em alguns casos se constituem em fontes de lesões e malefícios, pois o perigo com as radiações ionizantes residem no fato de que o organismo humano não possui mecanismo sensorial para que se perceba a exposição ocupacional às radiações ionizantes.
Do ponto de vista da higiene do trabalho, as radiações ionizantes de maior interesse são:
ü raios gama (d);
ü raios X;
ü raios beta (b);
ü raios alfa (a);
ü nêutrons(h).
Sendo que as principais são as três primeiras, pois são as mais facilmente encontradas nos ambientes de trabalho.
Parte das radiações ionizantes estão incluídas no espectro eletromagnético, tal como os raios X e gama (d), pois as mesmas são constituídas de fótons, sendo oriundas do núcleo do atômico e os raios X das camadas de elétrons do átomo.
As outras radiações ionizantes tem natureza corpuscular com massa e carga definidos, como os raios (a), cuja partícula é constituída de dois prótons e dois nêutrons.
As radiações ionizantes podem ser divididas em:
F Natural à são vários elementos que compõe a crosta terrestre, são normalmente radioativos tais como: urânio 238, potássio 40, carbono 14 e etc;
F Artificial à são aqueles provenientes de fontes artificiais, produzidas pela tecnologia desenvolvida pelo homem tais como: iodo 131, cobalto 60, césio 136 e etc.
EXEMPLOS DE UTILIZAÇÃO DA RADIAÇÃO IONIZANTES
à Na indústria
- ensaios não destrutivos em radiografias de solda;
- no controle da espessura de chapas de aço ou papel, durante a fabricação;
- na indicação de níveis de silos e outros recipientes e etc.
à Na construção civil
- na verificação de trincas em vigas;
- na verificação do fluxo de fluidos e etc.
à Na indústria alimentícia e farmacêutica
- em esterilização de material cirúrgico;
- no controle de qualidade de alimentos.
à Na geração de energia elétrica
- usinas nucleares.
à Na medicina
- em radiodiagnóstico;
- em radioterapia.
à No setor militar
- na propulsão de navios e submarinos;
- em armamentos.
Na figura abaixo podemos observar o poder de penetração relativo às radiações a, b e d.
A radiação produz efeitos biológicos no corpo humano. A exposição à radiação pode produzir no ser humano uma série de danos, que é uma função do tipo de radiação , da dose, do tecido, dos órgãos expostos e da idade. De forma geral, a radiação afeta rapidamente o desenvolvimento das células, o que determina que seja usada como forma de terapia em tratamentos de câncer.
Doses elevadas de radiação provocarão problemas agudos. Seus efeitos incluem ulceração da pele e do tecido intestinal, redução na produção de células ou glóbulos brancos.
Os sintomas da doença derivada de uma elevada exposição à radiação são de caráter agudo e se manifestam por cansaço, debilidade, tremores, convulsões, e morte,
podem incluir ainda a diarréia, perda do cabelo e sangramentos. A morte pode acontecer após um ou dois dias ou prolongar-se por algumas semanas.
A radiação pode produzir efeitos genéticos, leucemia, outros tipos de câncer e cataratas, bem como reduzir o tempo de vida das pessoas.
CONTROLES
Os trabalhadores devem estar sujeitos a controle médico, incluindo os seguintes exames:
Ø exame pré ocupacional, que verifique se o trabalhador esta em condições normais de saúde para iniciar a sua ocupação, incluindo uma análise do seu histórico médico e radiológico sobre exposições anteriores;
Ø exame periódico de acordo com a natureza da função e com a dose recebida pelo trabalhador;
Ø exame especial para trabalhadores que tenham recebido doses superiores aos limites primários estabelecidos nesta norma, ou quando o médico julgar necessário;
Ø exame pós ocupacional imediatamente após o término da ocupação e exames médicos posteriores.
Para cada trabalhador deve existir um registro médico e radiológico atualizado, a ser conservado por toda a sua vida, sendo, no mínimo, por trinta anos após o término da sua ocupação, mesmo que já tenha falecido.
Deverá ser realizado outros tipos de controle a saber:
Ø limites das fontes de radiação, que é limitar a quantidade de material ionizante;
Ø limitar o tempo de exposição tempo;
Ø aumentar a distância de trabalho de fontes radioativas;
Ø colocação de blindagens ou proteções adequadas;
Ø colocação de barreiras ou forros;
Ø utilização de EPI´s de chumbo (aventais), proteção respiratória e etc;
Ø educação e treinamento;
Ø limpeza periódica do local de trabalho para que se evite acúmulo de material radioativo, sendo realizada com técnicas adequadas para se evitar dispersão do material
UNIDADES
Com o objetivo de efetuar uma análise quantitativa das radiações ionizantes, temos que definir unidades para os parâmetros que necessitamos quantificar.
As unidades principais usadas na avaliação deste risco, são dadas a seguir.
- Curie (Ci)
Unidade de atividade de uma fonte radioativa. Define o número de desintegrações ocorridas em qualquer material radioativo por unidade de tempo. Um Ci é igual a 3,7 . 1010 desintegrações por segundo.
- Roentgen (R)
Unidade que define exposição. É uma medida de radiação baseada em sua capacidade de provocar a ionização do ar. Expressa a quantidade de pares iônicos formados em 1 cm3 de ar em condições normais de temperatura e pressão. (1 Roentgen = 1,61 x 1012 pares iônicos por cm3 de ar).
Na prática é comum quantificar-se a taxa de exposição, que expressa em "exposição por unidade de tempo". As unidades de usos mais freqüentes são
Roentgen por hora (R/h) e seu submúltiplo, miliroentagen por hora (mR/h)
Roentgen por hora (R/h) e seu submúltiplo, miliroentagen por hora (mR/h)
- Rad
Unidade de dose absorvida. Define a quantidade de energia absorvida por unidade de massa (1 Rad = 100 erg/grama).
- Rem
Como todas as radiações são capazes de produzir efeitos biológicos similares e verifica-se que as doses absorvidas, medidas em rad, capazes de produzir o mesmo efeito, podem variar em função do tipo de radiação, conclui-se que apenas conhecer quantos rad foram absorvidos por um indivíduo não é suficiente para se avaliar o dano causa do à saúde.
Portanto, definiu-se a dose equivalente) que considera o efeito biológico da radiação absorvida pelo organismo. A unidade de dose equivalente é o rem, que proporciona uma indicação da magnitude da lesão biológica que poderá resultar como consequência da absorção de radiação.
EFEITOS
Os efeitos dependem da dose da radiação ionizante recebida pelo organismo. Podem ser divididos em dois grupos: somáticos e genéticos.
EFEITOS SOMÁTICOS
Os efeitos somáticos são as alterações que ocorrem no organismo atingido, gerando doenças e danos, que se manifestam apenas no indivíduo irradiado, não se transmitindo a seus descendentes.
Os efeitos somáticos podem ser divididos em agudos e crônicos.
- Efeitos crônicos - São efeitos causados a indivíduos submetidos a baixas doses de radiação por um longo período de exposição. Como exemplos de efeitos crônicos podemos citar: catarata, anemia, leucemia, câncer de tireóide ou de pele, etc.
- Efeitos agudos - São ocasionados por exposição a grandes doses de radiações em curto espaço de tempo. Na tabela I, a seguir, são apresentados alguns exemplos de exposições agudas e seus respectivos efeitos.
EFEITOS GENÉTICOS
Os efeitos genéticos são mutações ocorridas nos cromossomos ou gens das células germinativas, que podem causar alterações nas gerações futuras (descendentes) do indivíduo exposto. A probabilidade de ocorrência de defeitos de nascença em descendentes de indivíduos irradiados é função da dose de radiação acumulada nas gônadas masculina ou feminina, pois é neste órgão em que estão localizadas as células germinativas. Como exemplos de efeitos genéticos podemos citar: Aniridia (ausência de íris do olho), surdo-mudez e certos tipos de cataratas.
Tempo decorrido após a irradiação
1 semana
2 semanas
3 semanas
4 semanas
|
50 rem
Dor de cabeça, náusea e vômitos.
|
200 rem
(D.L. 50%)
Náusea e vômitos após 1 a 2 horas.
Não há sinto-mas especiais
Queda de cabelo.
Perda de apetite, fadiga e apatia.
Infecção na garganta. Fraqueza gera. Sangramento. Diarréia. Lenta recuperação ou morte em 15% dos casos.
|
400 rem
(D.L. 50%)
Náusea e vômitos após 1 a 2 horas.
Não há sinto-mas especiais.
Início de queda de cabelo. Perda de apetite, fadiga e apatia.
Febre séria, inflamação da boca e garganta.
Fraqueza geral, sangramento e diarréia morte em 50% dos casos.
|
600 rem
(D.L. 100%)
Náusea e vômitos após 1 a 2 horas.
Não há sinto-mas especiais.
Febre, fraqueza, morte (aproximadamente 100% dos casos)
|
Dose Letal ( % de mortes ocorridas, obtidas estatisticamente).
Em função da localização da fonte emissora de radiações, os efeitos também podem ser classificados em dois grupos: efeitos de fontes externas e efeitos de fontes internas.
- Efeitos de fontes externas - São efeitos produzidos por fontes de radiação ionizante que se encontram fora do organismo humano.
O raio X e gama são os mais frequentemente encontrados e constituem o maior perigo quando provenientes de fonte externa. Quando possuem energia suficiente, podem penetrar profundamente no corpo. ocasionando sérios danos.
As partículas beta podem ou não constituir um risco extremo, dependendo da sua energia. Partículas beta com energia suficiente para atingir as camadas internas da pele, podem ocasionar dolorosas queimaduras e de cura lenta; aquelas cuja ação se limita à camada externa da pele não acarretarão problemas.
Em face do seu grande poder de penetração, os nêutrons podem ser considerados radiações perigosas, sendo seu risco agravado pela dificuldade em detecta-los e retê-los.
Devido a sua massa relativamente grande e sua dupla carga positiva, as partículas alfa perdem muito rapidamente energia para o meio que atravessam. Por esta razão o trajeto por elas percorrido é muito curto. Com estas considerações, pode-se concluir que as partículas alfa não apresentam riscos quando oriundas de fontes externas.
- Efeitos de fontes internas - São assim chamados os efeitos produzidos por radiações cuja fonte se depositou no interior do organismo, seja por ingestão, inalação ou absorção através da pele. A presença dessa fonte no organismo é altamente perigosa, pois provoca uma exposição continua, até que a desintegração cesse ou a fonte seja eliminada do organismo.
Os materiais emissores de radiação alfa e beta são considera dos as principais fontes de perigo de radiação interna.
Fontes de partículas alfa no interior do organismo constituem, sem duvida, um dos maiores perigos de radiação interna. Devido à carga elétrica e massa, as partículas alfa atuam em forma concentrada no organismo, implicando em alta ionização específica da região atingida. Os efeitos irão depender da fonte inalada e de sua localização no organismo, sendo que as partes mais afetadas são: estrutura óssea, baço e rins.
As partículas beta são menos perigosas que as anteriores, possuem menor carga e massa que as alfa, resultando numa trajetória maior e, portanto, numa menor ionização especifica. O efeito biológico relativo das partículas beta é muito menor que o causado pela radiação alfa. De forma aproximada, pode-se dizer que, para produzir o mesmo efeito, a energia absorvida da radiação beta deve ser umas vinte vezes maior que a da radiação alfa
AVALIAÇÃO
Na determinação do método de avaliação e na escolha da aparelhagem adequada deve ser considerada uma série de fatores tais como:
# objetivos da avaliação;
# tipo de radiação;
# condições de exposição.
Existem vários tipos de aparelhos detectores de radiação ionizante, cada qual para determinadas operações. O princípio básico de funcionamento destes aparelhos é a utilização da capacidade ionizante das partículas. Eles podem ser divididos em dois grupos:
- Detectores de campo;
- Detectores pessoais
Detectores de campo
São aparelhos utilizados para a detecção ou quantificação de radiações ionizantes em ambientes de trabalho e em roupas que porventura tenham sido contaminados. Entre eles podemos destacar:
a) detectores de câmara de gás à Geiger Müller e tem como desvantagem não medir a energia e não distinguir o tipo de radiação incidente;
b) detectores de cintilação à medem raios gama.
Detectores pessoais
São considerados de uso individual e tem como finalidade a quantificação da dose de radiação acumulada no indivíduo exposto, eles devem ser fixados na roupa do trabalhador, junto às partes do corpo mais atingidas ou que possuam limites de tolerância mais baixos. É obrigatório o uso destes detectores por todos os trabalhadores que estão diretamente envolvidos com fontes de radiação ionizante.
Dentre os detectores pessoais podemos destacar
- dosímetro de bolso à é feita a leitura através do deslocamento de um filamento e de uma escala graduada;
- dosímetro de filme à baseiam-se na propriedade das radiações alterarem a tonalidade de filmes fotográficos.
O anexo 5 da Portaria 3214/78 estabelece as atividades ou operações onde os trabalhadores ficam expostos às radiações ionizantes são os que constam na norma do CNEM-NE-3.01 "Diretrizes básicas de radio proteção" de julho de 1988. A avaliação das radiações ionizantes pode ser realizada no ambiente de trabalho utilizando-se o contador Geiger ou individualmente com dosímetros de filmes e/ou bolsos.
LIMITES DE TOLERÂNCIA
A Comissão Deliberativa da Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN), usando das atribuições que lhe são conferidas pela Lei nº 4118, de agosto de 1962, e pelo Decreto nº 51.726, de 19 de fevereiro de 1963, e de acordo com a decisão adotada em sua 410º sessão, realizada em 19 de junho de 1973, resolve aprovar as Normas Básicas de Proteção Radiológica, as quais foram publicadas no Diário Oficial de 19 de setembro de 1973.
A Portaria nº 3214, de 8 de junho de 1978, do Ministério do Trabalho, determina que os limites de tolerância para trabalhadores que ficam expostos às radiações ionizantes são os constantes das Normas Básicas acima mencionadas.
Os limites de tolerância apresentados a seguir baseiam-se nas referidas normas.
A dose total em qualquer órgão ou tecido compreenderá a dose da radiação externa, recebida durante as horas de trabalho adicionada à radiação interna, devido à incorporação de materiais radioativos.
a) Limites de tolerância válidos para população continuamente controlada (trabalhadores).
A dose máxima permissível para corpo inteiro, gônadas ou órgãos hematopoéticos de um indivíduo é de 5 rem em qualquer período de 12 meses. Em nenhum caso a dose total, acumulada durante toda a vida para o corpo inteiro, gônadas ou órgãos hematopoéticos de um indivíduo, pode exceder a dose máxima permissível expressa pela fórmula:
D = 5 (N - 18)
D = dose, em rem.
N = idade do trabalhador em anos.
Num trimestre, a dose máxima permissível é de 3 rem, desde que nos doze últimos meses a dose total não tenha sido superior a 5 rem. Duas exceções devem ser mencionadas: a dose em abdómen de mulheres com idade de procriação não deve exceder a 1,3 rem por trimestre e a dose acumulada no feto de uma mulher grávida não pode exceder a 1 rem.
Se a dose acumulada em qualquer período de trabalho com radiação for desconhecida, devemos assumi-la como sendo a máxima permissível para aquele período.
A tabela II, apresentada a seguir, relaciona os limites de tolerância para determinadas partes do corpo.
Parte do corpo atingida
|
Limite Trimestral (rem)
|
Limite anual (rem)
|
Mãos, antebraços, pés e tornozelos.
Osso, tireóide, a pele do corpo inteiro (incluindo-se a pele das mãos antebraços, pés e tornozelos).
Qualquer outro órgão isolado, excluindo-se gônadas e órgãos hematopoéticos.
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40
15
8
|
75
30
15
|
b)Limites de tolerância para população não controlada.
Os limites de tolerância para indivíduos do público devem ser assumidos como a décima parte dos limites anuais mencionados anteriormente. A exposição da tireóide em crianças menores de 16 anos de idade é limitada a 1,5 rem por ano, sendo que a dose genética para população como um todo não pode exceder 5 rem em um período de 30 anos.
NOTA:
Define-se como "indivíduos do público" aqueles que estão vivendo nas imediações de instalações nucleares, e "população como um todo" a população inteira, incluindo trabalhadores e indivíduos do público.
CONTAMINAÇÃO INTERNA
A contaminação interna, independente do meio de absorção, deve ser limitada de forma que as doses máximas permissíveis, especificadas anteriormente, não sejam ultrapassadas.
Com esta finalidade, utilizam-se tabelas contendo uma série de limitações necessárias, que são especificas a cada fonte. Todos estes parâmetros podem ser obtidos nas Normas Básicas de Proteção Radiológica, aprovadas pela Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN).
AVALIAÇÃO
Na determinação do método de avaliação e, escolha da aparelhagem adequada, deve ser levada em consideração uma série de fat tais como: objetivos da avaliação, tipo de radiação, condições de posição, etc.
DETECTORES DE CAMPO OU INSPEÇÃO
Há vários tipos de aparelhos detectores de radiação ionizante, cada qual para determinadas operações. O principio básico de funcionamento desses aparelhos é a utilização da capacidade ionizante das partículas. Subdividem-se em dois tipos principais: detectores de campo ou inspeção e detectores pessoais.
DETECTORES DE CAMPO OU INSPEÇÃO
São aparelhos utilizados para detecção e quantificação de radiações ionizantes em ambientes de trabalho e em roupas ou objetos que tenham sido contaminados. Entre estes detectores destacam-se:
DETECTORES DE CÂMARA DE GÁS
São instrumentos que se baseiam no principio de captura dos íons formados pelas radiações ionizantes em um gás; são constituídos por uma câmara cujas paredes externas, em geral na forma de um cilindro, são condutores de eletricidade, atuando como cátodo, e por um filamento central (em geral de tungstênio) que atua como ânodo. Esse cilindro é cheio de gás ou mistura de gases a uma pressão relativamente baixa. Entre os dois eletrodos é aplicada uma diferença de potencial, através de baterias que alimentam o sistema.
Em função da tensão aplicada, os detectores de câmaras de gás definem diferentes tipos de medidores que apresentam comportamento e características distintas. Entre estes tipos de medidores, são de maior, interesse para o nosso estudo os conhecidos por câmara de ionização e detectores Geiger Muller.
As câmaras de ionização operam com baixas tensões e têm a capacidade de medir a energia e identificar a radiação incidente. São mais comumente usadas na detecção de radiações alfa e beta.
Os detectores Geiger Muller operam com tensões mais elevadas que o anterior, o que provoca um aumento considerável da ionização do gás no interior da câmara. Devido a estas características de funcionamento, o detector Geiger possui alta sensibilidade e necessita, para seu funcionamento, de equipamento eletrônico de baixo custo. Apresenta as desvantagens de não medir energia e não distinguir o tipo de radiação incidente.
DETECTORES DE CINTILAÇÃO
Seu princípio de operação consiste na transferência de energia de radiação a uma substância que, por sua vez a emite novamente na forma de radiação visível ou próxima do visível. Este feixe de luz é coletado por um sistema eletrônico e transformado em corrente elétrica. Seu uso em levantamento de campo é muito vantajoso pois, além de indicar a presença de radiação, também registra a sua energia. São detectores que apresentam maior eficiência na avaliação de raios gama, mas podem ser utilizados para medir partículas alfa e beta, existindo também, cintiladores especiais para nêutrons.
DETECTORES PESSOAIS
São detectores de uso individual, que têm a finalidade de quantificar a dose de radiação acumulada pelo indivíduo exposto. Devem ser fixados na roupa do trabalhador, junto às partes do corpo mais atingidas ou que possuam limites de tolerância mais baixos. É obrigatório o uso destes detectores por todos os profissionais que estão diretamente envolvidos com fontes de radiações ionizantes. Dentre estes detectores destacam-se.
- Dosímetro de bolso: são câmaras de ionização cujo eletrodo central é composto de dois elementos, um dos quais é móvel e constituído por um filamento de quartzo. Fornecendo cargas ao sistema, surgem forças repulsivas, afastando os dois elementos. A máxima separação corresponde a marca zero da escala de leitura.
A ionização causada pela radiação incidente no dosímetro reduz a carga e, consequentemente, o filamento de quartzo se move na direção do outro elemento. O deslocamento do filamento é proporcional a dose de radiação recebida e, através de urna escala graduada existente no próprio aparelho, é feita a leitura.
- Dosímetro de filme: são dosímetros que se baseiam na propriedade de as radiações alterarem a tonalidade de filmes fotográficos. O escurecimento de uma película fotográfica, devido a ação das radiações, foi o primeiro método empregado na detecção das mesmas. Embora mais freqüentemente empregada em controle de exposição individual, pode também ser utilizada em levantamento de campo ou em pesquisa de material radioativo. Os dosímetros de filmes são essencialmente constituídos de um estojo porta-filme contendo o filme e filtros, que geralmente são metálicos. O filme pode ser revelado mensalmente ou no instante em que se julgar necessário. O escurecimento, ou seja, a densidade ótica que o filme apresenta, após revelado, pode ser medida em um aparelho denominado densitômetro ótico. A densidade ótica é proporcional a radiação absorvida, cuja dose pode ser determinada pelo método de comparação com densidade de filmes expostos a fontes padrão.
MEDIDAS DE CONTROLE
Nenhuma fonte de radiação é
tão poderosa a ponto de não permitir que a adoção de algumas medidas de controle não elimine seus riscos. A aplicação correta dos princípios básicos de prevenção e controle manterá qualquer exposição, externa ou interna, abaixo dos níveis estabelecidos.
tão poderosa a ponto de não permitir que a adoção de algumas medidas de controle não elimine seus riscos. A aplicação correta dos princípios básicos de prevenção e controle manterá qualquer exposição, externa ou interna, abaixo dos níveis estabelecidos.
CONTROLE DOS RISCOS DA RADIAÇÃO EXTERNA
Os princípios básicos de controle de radiações ionizantes emitidas por fontes externas fundamentam-se em três fatores principais: distância, blindagem e tempo.
DISTÂNCIA
A distancia mantida entre o trabalhador e a fonte, além de constituir, em muitos casos, uma medida de proteção eficaz, é a mais simples de ser aplicada.
Para radiação beta, que percorre um trajeto relativamente curto pela camada de ar, manter uma distância adequada pode ser suficiente para garantir a proteção completa.
Para fontes pontuais (ou que possam ser consideradas pontuais) de raios X, gama e nêutrons, pode-se determinar a redução de intensidade com a aplicação da lei dos inversos dos quadrados das distancias.
Podemos dizer que a intensidade da radiação varia inversamente com o quadrado da distancia, considerada a partir da fonte conforme define a seguinte equação:
I1 = (R2)2
I2 (R1)2
Fonte
I1 I2
1 2
R1
R2
I1 = intensidade da radiação a uma distancia R1 da fonte;
I2 = intensidade da radiação a uma distancia R2 da fonte.
LIMITAÇÃO DO TEMPO DE EXPOSIÇÃO
Em determinados locais ou atividades, será necessário que o pessoal fique exposto a radiação com elevada intensidade, tornando-se indispensável a redução do tempo de exposição, a fim de que o mesmo não receba doses acima dos limites de tolerância estabelecidos.
CONTROLE DOS RISCOS DA RADIAÇÃO INTERNA
O controle dos riscos decorrentes da absorção de material radioativo pelo organismo, consiste em impedir a assimilação de fontes radioativas pelo corpo humano ou controlá-la a níveis mínimos, de forma a garantir que os limites de tolerância anteriormente citados não sejam ultrapassados. É importante salientar que, tendo sido um material radioativo absorvido pelo organismo, pouco ou nada pode ser feito para eliminá-lo da região onde se depositou.
O controle pode ser seguido, restringindo-se a áreas especificas as atividades que, envolvam materiais radioativos, e adotando-se uma sistemática de trabalho e procedimentos que impeça a contaminação de áreas vizinhas e do meio exterior, evitando-se a contaminação da água, do ar e do solo.
A proteção do trabalhador pode ser conseguida, impedindo que as fontes radioativas atinjam as vias de absorção do organismo através da adoção de técnicas de operação, utilização de métodos e equipamentos adequados, bem como, do cumprimento de normas rígidas na execução de tarefas.
TÉCNICAS DE OPERAÇÃO
A seleção de processos e técnicas de manuseio de materiais radioativos constitui, certamente, a fase mais importante do controle do risco de contaminação.
A quantidade de material radioativo utilizado deve ser reduzido ao mínimo indispensável, dando-se preferência ao uso de material de baixa toxicidade.
Recomenda-se o uso de bandejas metálicas adequadas ou material absorvente, forrado com material impermeável, a fim de proteger o local de trabalho contra possíveis derramamentos de líquidos que contenham material radioativo.
Um instrumento ou equipamento potencialmente contaminado não deve, em hipótese alguma, ser manuseado com as mãos desprotegidas. As soluções ou líquidos radioativos nunca deverão ser pipetadas com a boca, devendo-se utilizar técnicas adequadas para execução desta operação.
CABINES ESPECIAIS
Trabalhos de laboratório que provocam o desprendimento de gases ou outros compostos radioativos devem ser executados em cabines especiais, dotadas de sistema de ventilação adequado, evitando que os elementos radioativos se espalhem pelo ambiente de trabalho atingindo o trabalhador.
Cabines hermeticamente fechadas devem ser usadas quando se trabalha com materiais que representem um grande risco à saúde. Neste caso não há o contato direto com os elementos radioativos, pois os mesmos são manipulados através de luvas especiais, devidamente acopladas as cabines. Possuem a vantagem de utilizarem um baixo fluxo de ar, comparado ao das cabines anteriores, porém dificultam o trabalho, estendendo o tempo de operação.
EQUIPAMENTO
O equipamento empregado na manipulação de material radioativo deve ser adequado e utilizado somente com esta finalidade. Com este objetivo, deverá ser marcado e isolado dos demais equipamentos, a fim de que não seja transferido a outras áreas. Este procedimento evita a contaminação de locais de trabalho e pessoal não envolvidos diretamente com fontes radioativas.
O manuseio de materiais radioativos ainda poderá ser feito através de braços mecânicos especiais, controlados pelo lado de fora de um recinto isolado.
EQUIPAMENTO DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL
O pessoal que trabalha exposto a fontes radioativas deverá utilizar vestimentas especiais, que evitam o contato do organismo com material radioativo.
Estas não devem ser usadas fora destes locais de trabalho, a fim de impedir a contaminação de outras áreas.
Em determinadas operações faz-se necessário o uso de máscaras respiratórias para que as fontes radioativas dispersas no ar não sejam absorvidas pelo organismo.
CONTROLE MÉDICO
Deve ser feita seleção médica do pessoal. Esta tem a finalidade de excluir o pessoal que certamente teria problemas quando exposto a radiações.
Os trabalhadores expostos a radiação devem estar sob controle médico permanente com a finalidade de verificar, preventivamente, possíveis danos à saúde, devido a radiação interna ou externa. Este cuidado permite ainda, de maneira indireta, verificar a eficiência dos equipamentos de proteção e de outras medidas de controle adotadas.
LIMPEZA
Devem ser feitas limpezas periódicas dos ambientes de trabalho e equipamentos, a fim de que não haja o acúmulo de material radioativo em superfícies.
A limpeza deve ser feita através de técnicas adequadas, que evitam a dispersão do material sedimentado.
O local deve ser constantemente inspecionado com aparelhagem adequada, visando localizar possíveis focos de material acumulado, imperceptíveis a olho nu.
EDUCAÇÃO E TREINAMENTO
Os trabalhadores que participem de qualquer atividade que envolva fontes de radiações devem estar devidamente treinados para executar suas tarefas e alertados do perigo a que estão expostos.
Os objetos de uso pessoal, desnecessários às atividades a serem executadas, não devem ser levados aos locais de trabalho. Líquidos ou alimentos não devem ser levados à boca em tais locais. Devem-se lavar cuidadosamente as mãos antes das refeições.
Os trabalhadores devem conhecer o símbolo básico de sinalização, indicativo da presença de radiação ionizante (vide figura), indicativo da presença de radiação ionizante.
O mesmo deverá ser utilizado em todo local onde existam fontes da referida radiação.
O sucesso da implantação das medidas citadas dependerá da educação e da conscientização dos trabalhadores quanto aos riscos a que estão expostos e na observância das normas de proteção radiológica.
INDICAÇÃO DA PRESENÇA DE
RADIAÇÃO IONIZANTE
RADIAÇÕES NÃO IONIZANTES
HIGIENE INDUSTRIAL E RADIAÇÕES NA BAGAGEM DO PROFISSIONAL DE SEGURANÇA
Lembremos de começo que a Higiene Industrial ou do Trabalho é a ciência devotada ao reconhecimento, avaliação e controle dos fatores ambientais - de tipo químico, físico, biológico ou ergonômico- que têm potencialidade para provocar doenças, alterar o estado de saúde ou provocar desconforto significativo nos trabalhadores ou nos residentes da comunidade.
A Higiene Industrial lida principalmente com problemas originados no ambiente de trabalho - na maior parte das vezes, insidiosos, não facilmente visíveis ou detectáveis.
Um desses problemas refere-se às radiações eletromagnéticas que freqüentemente encontramos nos ambientes de trabalho em formas tais, que o profissional de Segurança do Trabalho precisa do auxílio do higienista industrial para ataca-lo adequadamente.
Existem, porém, certos conhecimentos e princípios básicos que devem formar parte da bagagem dos profissionais que zelam pela vida e saúde dos seus colegas de serviço.
CAMPOS VIBRATÓRIOS
Na sua forma mais simples, a radiação eletromagnética é um campo elétrico vibratório movimentando-se através do espaço, associado a um campo magnético vibratório que tem as características do movimento ondulatório.
Para visualizar o que é um campo eletromagnético vibratório, lembramos as ondas produzidas por um pedra que cai numa lagoa tranqüila, Uma folha flutuando na água subirá e descerá, movimentando-se apenas para cima e para baixo, sem deslocamento apreciável no sentido da borda da lagoa, permitindo-nos "ver" as características do movimento ondulatório ou do "campo vibratório".
Evidentemente não são apenas os objetivos materiais, visíveis e tangíveis, que podem provocar campos vibratórios.
Estes também podem ser provocados pela alteração do campo eletromagnético que existe ao redor do circuito de uma antena emissora. Na medida em que muda ou oscila a corrente elétrica, muda o campo de maneira que a transmissão das ondas efetiva-se através de oscilações das condições elétricas e magnéticas que existem no espaço, sem necessidade de movimentar o ar ou partículas nele existentes.
Lembram-se de ter ouvido o rádio do carro em dia de tempestade elétrica?
As oscilações provocadas pela estação emissora são captadas pela antena do carro e devidamente traduzidas em sons. Mas os raios que podem ser captados também provocam oscilações no campo eletromagnético do espaço e, nesse caso, .ouviremos o típico barulho da "interferência". O mesmo acontece quando passamos perto de cabos de alta tensão, pois ao redor deles forma-se um campo eletromagnético com energia suficiente para interferir no som do nosso rádio, ou melhor dito, para interferir no campo eletromagnético produzido pela emissora.
Esses campos magnéticos "intrusos" poderiam ser comparados àquele campo vibratório provocado na água da lagoa, somente que, enquanto jogávamos pedrinhas para formar um campo vibratório, distraidamente, escorregamos e calmos com tudo na lagoa, provocando a "interferência".
CARACTERÍSTICAS BÁSICAS DAS ONDAS ELETROMAGNÉTICAS
As radiações eletromagnéticas apresentam características que nos interessa definir, para melhor analisar os seus efeitos sobre as pessoas, os meios de avaliação e as medidas de controle dos problemas que provocam.
Entre essas características estão a frequência (f) e o comprimento da onda (λ).
A frequência é o número de oscilações da onda por unidade de tempo. Cada oscilação completa é chamada de ciclo, e a frequência é expressa na forma de ciclos por segundo, equivalente a dizer "números de oscilações completas da onda por segundo", Para simplificar, cada ciclo por segundo é chamado de Hertz (Hz}. Então:
1 ciclo/segundo = 1 Hz
O comprimento de onda é a distância percorrida pela onda durante o tempo de uma oscilação.
Ambas as características, frequência e comprimento de onda, estão diretamente relacionadas através da velocidade de propagação (C) da onda, que é um valor constante, próximo ao da velocidade da luz (C é aproximadamente igual a 300 mil quilômetros por segundo). A relação é:
C = λ x f
A frequência e o comprimento da onda ajudaram a classificar as radiações eletromagnéticas em faixas cujas características nos permitirão definir as influências ou problemas que podem causar nas pessoas.
O gráfico na página seguinte mostra a classificação e os nomes que cada faixa recebe. De nosso interesse especifico nesta ocasião são as radiações chamadas não ionizantes que, com exceção das radiações visíveis, (infravermelho e ultravioletas) analisamos a partir das próximas abordagens
ESPECTRO ELETROMAGNÉTICO
OUTRAS CARACTERÍSTICAS GERAIS DE INTERESSE
É importante salientar que, com exceção da parte visível do espectro, todas as outras radiações são invisíveis e dificilmente detectáveis pelas pessoas através de meios naturais. No caso dos efeitos térmicos provocados (aquecimento), se a radiação for perigosa, a sensação de calor pode chegar tarde demais para avisar do risco. Isto obriga ao uso de detectores que determinam a existência e a intensidade da radiação e cuja utilização aconselhamos seja feita por especialistas.
Outra característica de interesse é que a radiação pode transmitir-se através do vácuo, sem necessidade da existência de ar ou outros meios materiais. Por exemplo, toda a radiação solar que atinge a Terra, que pode ser infravermelha, visível ultravioleta, etc, é transmitida através do vácuo interplanetário.
EFEITOS DAS BAIXAS FREQÜÊNCIAS (RADIOFREQÜÊNCIA)
As radiações de grandes comprimentos de onda, ou de baixas freqüências do tipo ULF (frequência ultrabaixa), LF (frequência baixa), etc, até as do tipo VHF (frequência muito alta), não apresentaram problemas Ocupacionais, pelo menos no que até agora se sabe de concreto sobre o tema. Eventualmente, no futuro, poderão ser descobertos efeitos derivados de microaumentos de temperatura, localizados ou generalizados, que a radiação efetivamente pode provocar no organismo, ou de efeitos específicos dos campos elétrico e magnético, pelo que sempre é recomendável não se expor desnecessariamente em locais onde existam geradores do tipo radiofreqüência, especialmente se a potência do equipamento for alta.
As radiações de baixas freqüências são utilizadas em radionavegação, radiofaróis, radiodifusão AM, radioamadorismo, diatermia médica, radioastronomia, solda de radiofreqüência, secagem de tabaco e usos semelhantes.
EFEITOS E LIMITES DE TOLERÂNCIA DAS MICROONDAS
Desde as radiações do tipo VHF até as do tipo EHF (freqüência extra-alta), encontramos as faixas denominadas genericamente de microondas.
OCORRÊNCIA PRÁTICA DE MICROONDAS | |||
Aplicações |
Frequência
|
Potência dos aparelhos
|
OBSERVAÇÕES
|
- Aquecimento, secagem, desidratação, esterilização. |
2.450 a 22.125 MHz
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De alguma centenas de Watts a 20 KW
|
Utilizados principalmente pela indústria alimentícia.
|
- Radiofusão FM, televisão, radionavegação, telemetria, radar, meteorológico |
300 a 3.000 MHz
|
De algumas centenas de Watts a 50 KW
|
O risco eventual pode apenas aparecer ao redor dos geradores ou estações transmissoras.
|
- Fornos de microondas |
2.450 Mhz
|
Centenas de Watts
|
Aplicações domésticas e eventualmente indústria.
|
- Satélites de comunicação, altímetros, radares militares |
3 a 30 GHz
|
As potências podem atingir milhões de Watts
|
Usos militares e sistemas especiais de comunicação.
|
Vulcanização de caucho, fibras de poliéster e poliuretano |
2.450 MHz
|
0,5 a 2 KW
|
Utilização Industrial
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Radioastronomia, radar para detecção de nuvens |
30 a 300 GHz
|
Altas potências
Geradoras
|
Utilizados em pesquisa espacial e semelhantes.
|
Atenção deve ser também prestadas a aparelhos em desenvolvimento que utilizam microondas na faixa de 2.450 MHz, utilizáveis potencialmente para secagem de cerâmica e porcelana, conserto de asfalto em estradas, distribuição de microorganismos (da madeira, leite, etc.), tratamentos têxteis, secagem de couros, etc.
Os efeitos das microondas dependem da frequência (ou comprimento de onda da radiação) e da potência dos geradores. Porém, ainda existem muitas duvidas entre os pesquisadores em relação real extensão que apresentam. O efeito mais estudado é o térmico (aumento da temperatura do organismo), mas existem indicações de que os campos elétricos e magnéticos também são especificamente responsáveis por problemas de saúde da população exposta.
Em relação aos efeitos térmicos, quanto menor a frequência, maior é o risco de lesão em órgãos internos, pela facilidade com que as ondas penetram no organismo. Quando a frequência é alta, a pele e as camadas mais superficiais são as que sofrem os efeitos, sendo especialmente sensível a vista, onde podem desenvolver-se cataratas. Por outro lado, quanto maior a potência e o tempo de exposição, maiores são as possibilidades de as pessoas expostas ficarem doentes e, em casos extremos, morrerem. Experiências de laboratório mostram, por exemplo, que ratos expostos a comprimentos de onda de 12 cm e densidades de potência de 100 mW/cm2 (miliwatts por cm2), morrem, em média, em 15 minutos.
Em relação aos efeitos dos campos elétrico e magnético, as pesquisas indicam que, a longo prazo, as pessoas expostas podem sofrer de alta pressão do sangue, seguida de hipotensão, alterações do sistema nervoso central, do cardiovascular e endócrino, distúrbios menstruais, etc, sintomas que os médicos devem pesquisar nos expostos a radiação, durante os exames de admissão ou os periódicos.
Especiais precauções devem ser tomadas para que pessoas portadoras de marca-passos ou implantações metálicas não se exponham a radiação sequer por curtos períodos ou a níveis aparentemente baixos.
VALORES TOLERÁVEIS DE EXPOSIÇÃO
A seguir, especificam-se os valores normalmente aceitos, do ponto de vista técnico, dos limites de tolerância .recomendados pela Conferência Americana de Higienistas Industriais do Governo (ACGIH), validos apenas para pessoal autorizado a trabalhar com microondas e com controle módico periódico. Observe-se especialmente que, no caso de sobrecarga térmica, deveriam ser reduzidos os valores fornecidos a seguir, pelo que recomendamos que a aplicação para casos específicos seja feita unicamente por profissionais treinados na prática de higiene industrial.
LIMITES DE TOLERÂNCIA PARA MICROONDAS, CONFORME RECOMENDADO DA ACGIH PARA 1977/78
Estes limites de tolerância referem-se a energia de microondas na faixa de frequência de 300 MHz a 300 GHz e representam as condições sob as quais acredita-se que a maioria dos trabalhadores possa estar repetidamente exposta, sem sofrer efeitos adversos.
SOB CONDIÇÕES DE MODERADA À SEVERA SOBRECARGA TÉRMICA, PODE SER NECESSÁRIA UMA REDUÇÃO DOS VALORE RECOMENDADOS (*).
Estes valores devem ser usados como guia do controle da exposição à energia de microondas, e não devem ser considerados como linha rígida separatória entre níveis seguros e perigosos.
(*) MUMFORD, W.W. - Heat stress due to R.F. Radiation. Proceedings of IEEE, nº 2, Fev. 1968. p.p. 171-178.
VALORES RECOMENDADOS
O limite de tolerância para exposição ocupacional a microondas em que a densidade de potência ou intensidade do campo é conhecida e o tempo de exposição é controlado, é o seguinte:
1. Para exposição a fontes de onda contínua (O.C.), o nível de densidade de potência não devera exceder 10 miliwatts por centímetro quadrado (mW/cm2) para exposições contínuas, e a duração total da exposição será limitada a 8 horas diárias.. Esta densidade de potência é aproximadamente equivalente a um campo elétrico livre da intensidade de 200 volts por metro rms (V/m) e a um campo livre magnético de intensidade de 0,5 ampére por metro rms (A/m).
2. São permitidas exposições a fontes de O.C. de níveis de densidade de potência maior que 10 mW/cm2 até o máximo de 25 mW/cm2 baseados numa densidade média de 1 miliwatt-hora por centímetro quadrado (mW/cm2), média calculada para qualquer período de 0,1 hora. Por exemplo, a 25 mW/cm2, a duração permissível da exposição é de aproximadamente 2,4 minutos em qualquer período de 0,1 hora.
3. Para fontes pulsáteis repetitivas de microondas, a intensidade média do campo ou a densidade de potência é calculada multiplicando-se o valor do pulso-pico pelo ciclo de funcionamento. O ciclo em funcionamento é igual a duração da pulsação em segundos, multiplicada pela taxa de repetição da pulsação era Hertz. Exposições de 8 horas de trabalho não devem exceder os seguintes valores, que são calculados em média para qualquer período de 0,1 hora.
Densidade de potência 10 mW/cm2
Densidade, de energia 1 mWh/cm2
Média quadrática da intensidade do campo elétrico 40.000 V2/m2
Média quadrática da intensidade do campo magnético 0,25 A2/m2
4. Não é permitido a exposição a O.C. ou a campos pulsáteis repetitivos com uma densidade média de potência superior a 25 mW/cm2 , ou intensidade equivalente de campo livre superior a 300 V/m ou 0475 A/m.
Na legislação nacional, não se especificam valores máximos permissíveis para microondas, mas no Anexo 7 da Norma Regulamentadora 15 da Portaria 3.214, de 08 de julho de 1978, artigo 2, determina-se: "As operações ou atividades que exponham os trabalhadores as radiações não-ionizantes, sem a proteção adequada, serão consideradas insalubres, em decorrência de laudo de inspeção realizado no local de trabalho".
O laudo de inspeção poder-se-ia orientar pelas recomendações da ACGIH para ter um fundamento técnico, desde que sejam levados em consideração os tempos reais de exposição e as condições técnicas da operação. Evidentemente, do ponto de vista prevencionista, no caso de se encontrarem valores acima dos apropriados para as condições de trabalho, a atitude deve ser a eliminação da exposição ou a redução a níveis compatíveis com a vida e a saúde dos trabalhadores, em razão dos graves riscos que apresenta uma exposição não controlada.
AVALIAÇÃO DAS MICROONDAS
A detecção e medição dos valores encontrados no ambiente e a sua comparação com os valores dos limites de tolerância constituem o processo de avaliação do risco.
No caso das microondas, não existe ainda um sistema padrão para avaliação, sendo que os métodos se aplicam em forma específica para as diversas situações encontradas. Portanto, recomenda-se solicitar a participação de especialistas para não se cometerem erros originados de problemas técnicos.
Em relação à instrumentação para medição, é interessante saber que os aparelhos estão baseados principalmente em quatro métodos:
a) pressão da radiação numa superfície refletora;
b) calorimetria;
c) mudanças de voltagem e resistência nos detectores;
d) bolometria. O método baseia-se na absorção da potência em um elemento resistivo sensível à temperatura, sendo que a mudança da resistência é proporcional à potência absorvida.
Este último método de medição é o mais utilizado nos aparelhos comercialmente disponíveis.
No caso de o pessoal exposto requerer um sistema de alerta. existe equipamento de bolso ou lapela que emite sinais auditíveis, quando as densidades de potência excedem os valores permissíveis (*).
- Fornecedor desse equipamento é a General Microwave Corporation, 155 Marine Street, Formingdale, New York, 11735.
MEDIDAS PARA O CONTROLE DE MICROONDAS
Normalmente os equipamentos geradores incluem métodos de controle desenhados pelos próprios fabricantes, que incluem desde enclausuramentos completos, com vedações automáticas em caso de abertura, como, por exemplo, fornos de microondas, até o controle das posições das antenas de radar.
Em relação a eles, cabe ao profissional de segurança zelar para que o esquema de manutenção evite a deterioração dos meios de controle, assim corno implementar, em conjunto com o pessoal operativo, sistemas de verificação periódica e confirmar o seu funcionamento adequado e confiável.
Outros tipos de medidas de controle referem-se ao uso de barreiras que devem ser especificadas em função da frequência ou comprimento de onda de radiação. Essas barreiras podem ser desde blocos de concreto até grelhas de fios metálicos, e devem ser desenha das por especialistas.
O uso de equipamentos de proteção individual é muito limitado; já o controle na fonte ou na trajetória da radiação é prioritário e mais confiável. Porém, se for imperativo entrar-se num recinto onde a densidade de potência for superior aos valores aceitos, existem óculos específicos para microondas, telas metálicas e roupas protetoras, utilizáveis em emergências.
O pessoal com autorização para entrar nas áreas de risco deve ser limitado ao mínimo indispensável, sendo que os autorizados devem ser submetidos a controles médicos específicos, periodi0camente, e cada vez que exista suspeita de ter recebido uma alta dose de radiação.
Como complemento, é conveniente sinalizar área de risco, para o que se sugere utilizar os sinais recomendados pelo Comitê C95.2 da ANSI (AMERICAN NATIONAL STANDARDS INSTITUTE), e mostrado nos seguintes desenhos:
SINAIS PARA ALERTAR RISCOS DE EXPOSIÇÃO A MICROONDAS
ENTRADA RESTRITA
- D = nidade de escala
- Letras: relação altura- espessura das linhas das letrasTriângulo superior: 5 a 1 Grande6 a 1 MédiaTriângulo Inferior 4 a 1 Pequena6 a 1 Média
c) O símbolo é quadrado
ALERTA GERAL
ENTRADA PROIBIDA
Adaptados do c 95.2-ANSI-NEW YORK-NY
RISCOS ADICIONAIS DAS MICROONDAS
Além dos riscos diretos, as microondas podem provocar efeitos secundários de interesse para o profissional de segurança.
Os feixes de radar, por exemplo, podem inflamar material combustível em razão do calor induzido em aço ou outros metais. Também são altamente sensíveis as lâmpadas tipo "flash" fotográfico.
Quando a densidade de potência é alta, também existe o risco de a radiação alterar o funcionamento de microprocessadores, circuitos integrados, comandos numéricos, etc., o que pode levar ao mau funcionamento do equipamento que utiliza estes dispositivos, com as possíveis conseqüências de perdas ou incidentes na operação.
Nos casos de dúvidas, recomenda-se consultar os especialistas.
EFEITOS E LIMITES DE TOLERÂNCIA DA RADIAÇÃO INFRAVERMELHA
A radiação infravermelha é emitida por corpos cuja superfície se encontra a temperatura maior que a do ambiente. Este tipo de, radiação e também chamado de calor radiante.
O principal efeito conhecido sobre as pessoas é o térmico, podendo provocar, entre outras conseqüências, queimaduras, na pele (especialmente quando os comprimentos de onda. são inferiores a 1,5 micrometros), cataratas e, em casos extremos, lesões na retina.
A exposição ao setor infravermelho do espectro pode ocorrer em muitas situações industriais e domésticas.
Algumas das situações industriais mais típicas são:
- operação de fornos metalúrgicos e siderúrgicos;
- fabricação e transformação do vidro;
- forja e operações com metais quentes;
- secagem e cozedura de tintas, vernizes e recobrimentos protetores;
- desidratação de material têxtil , papel, couro, alimentos;
- solda elétrica.
Algumas das situações domésticas são:
- aquecimento direto de ambientes frios;
- exposição prolongada à irradiação solar sem proteção.
É freqüente encontrar a radiação infravermelha aliada a outras formas de transmissão de calor, razão pela qual o problema "calor radiante" é analisado com mais detalhes no capítulo referente a "TEMPERATURAS EXTREMAS", especialmente, quando se tratar de valores de limites de tolerância, sistemas de avaliação do problema e medidas de controle recomendáveis.
Porém, é interessante destacar aqui que se encontram em fase de estudo e aprovação valores-limites específicos para o setor do espectro eletromagnético denominado de "infravermelho próximo", que corresponde a faixa mais próxima a da radiação visível. O objetivo é estabelecer parâmetros para proteger a retina e o cristalino dos olhos em condições de alta iluminância.
Supõe-se que os valores definitivos serão recomenda dos pela ACGIH na edição dos limites de tolerância válida para 1979.
EFEITOS E LIMITES DE TOLERÂNCIA DA RADIAÇÃO ULTRAVIOLETA
A radiação ultravioleta estende-se aproximadamente, entre os valores de 400 nm e 10 nm no espectro eletromagnético, e seus efeitos variam rapidamente, à medida que muda o setor do espectro.
O gráfico abaixo mostra esta porção do espectro com uma classificação interessante do ponto de vista da Higiene Industrial.
ESPECTRO ULTRAVIOLETA
Comprimento de onda 400 nm 350 300 250 200 150 100 50 nm | ||||||
Radiação visível
|
Luz negra
|
Erite-mática
|
Germi-cida
|
Ozona
|
Ação sobre ligações molecu-lares
|
Radiação ionizan-te
|
As divisões entre faixas do espectro devem ser consideradas como aproximações.
A luz negra é utilizada em controle de qualidade industrial, iluminação de diais fosforescentes públicos (discotecas, e semelhantes), gravação fotográfica, etc. Uma pequena porcentagem da irradiação solar que atinge a Terra também se encontra na faixa da luz negra, e acredita-se que. é a responsável pelos processos de fotossíntese de alguns vegetais. Do ponto de vista de efeitos sobre as pessoas, esta faixa e considerada sem riscos sérios, suspeitando-se apenas de possível interferência com a acuidade visual e de produção de fadiga ocular.
Já as outras faixas do espectro U.V. apresentam riscos maiores, que podem ser observados no gráfico seguinte.
EFETIVIDADE RELATIVA A RADIAÇAO U.V. EM FUNÇAO DO COMPRIMENTO DE ONDA
Figura 4 — Riscos apresentados pela radiação U.V. para diferentes faixas de comprimento de onda.
Adaptado de The industrial environment - its evaluation and control U.S. Dpt. of HEW, NIOSH - 1973.
Pode-se observar que as faixas denominadas eritemática (eritema = queimadura) e germicida são as que apresentam maiores riscos potenciais. Estas faixas são emitidas em operações com solda elétrica, metais em fusão, maçaricos operando a altas temperaturas, lâmpadas germicidas, etc, e também estio contidas na irradiação solar.
Entre os efeitos possíveis, destacamos o de conjuntivite (que se manifesta horas depois da exposição), relativamente freqüente quando os processos de solda não têm as adequadas. medidas de controle, e o de câncer da pele, encontrado em trabalhadores repetidamente expostos, durante muitos anos, à irradiação solar.
VALORES TOLERÁVEIS DE EXPOSIÇÃO
A seguir, especificam-se os valores dos limites de tolerância da ACGIH, válidos para pessoas relacionadas com a exposição que são periodicamente controladas por médicos.
Salientamos aqui, mais uma vez que o conhecimento dos valores toleráveis é importante para os profissionais de Segurança, mas a aplicação para casos específicos deve ser feita por pessoal com treinamento, conhecimentos especializados e prática no campo da Higiene Industrial.
Limites de tolerância para radiação U.V. conforme recomendação da ACGIH para 1977—78
"Estes limites de tolerância se referem à radiação ultravioleta na região espectral entre 200 e 400 nm, e representam condições sob as quais, acredita-se, a maioria dos trabalhadores possa estar exposta repetidamente, sem sofrer efeitos adversos. Estes valores para exposição dos olhos ou da pele se aplicam para radiação ultravioleta originada de descarga de arcos, gás e vapor, fontes incandescentes e fluorescentes e radiação solar, mas não se aplicam a lasers ultravioletas.
Estes níveis não devem ser utilizados na determinação da exposição de indivíduos fotossenssíveis à radiação ultravioleta, ou que concomitantemente estejam expostos a agentes fotossensibilizadores (Fitzpatrick, et al, eds, Sunlight and Mon, Univ. de Tokio, Japão, 1974).
Estes valores devem ser utilizados como orientação no controle da exposição a fontes contínuas, não devendo a duração da exposição ser menor que 0,1 segundo.
Estes valores devem ser usados como orientação no controle da exposição a fontes de ultravioleta, e não devem ser considerados como linha separatória definitiva entre níveis seguros e perigosos ."
"VALORES RECOMENDADOS"
O valor do limite de tolerância para exposição ocupacional à radiação ultravioleta incidente sobre os olhos ou a pele, sendo os Valores de irradiação conhecidos e o tempo de exposição controlado, é o seguinte:
- Para a região do espectro ultravioleta próximo (320 a 400 nm), a irradiação total incidente sobre os olhos ou a pele desprotegidos não deve exceder 1 mW/cm2 para períodos maiores que 103 segundos (aproximadamente 16 minutos), e para tempo de exposição menor que 103 segundos não deve exceder 1 J/cm2.
- Para a região do espectro de ultravioleta actiníco (200-315 nm), a exposição à radiação incidente sobre os olhos ou a pele desprotegidos não deve exceder os vai ores dados na Tabela 9, durante um período de 8 horas.
TABELA 9
Eficiência Relativa Espectral por Comprimento de Onda
Comprimento de Onda (nm) |
LT. (mJ/cm2)*
|
Efetividade Relativa Espectral λ
|
200 |
100
|
0,03
|
210 |
40
|
0,075
|
220 |
25
|
0,12
|
230 |
16
|
0,19
|
240 |
10
|
0,30
|
250 |
7,0
|
0,43
|
254 |
6,0
|
0,5
|
260 |
4,6
|
0,65
|
270 |
3,0
|
1,0
|
280 |
3,4
|
0,88
|
290 |
4,7
|
0,64
|
300 |
10
|
0,30
|
305 |
50
|
0,06
|
310 |
200
|
0,015
|
315 |
1000
|
0,003
|
- Para determinar a irradiação efetiva de uma fonte de bandas largas, ponderada em relação ao pico da curva de efetividade espectral (270 nm), deverá ser utilizada a seguinte fórmula de ponderação:
Eef = SEλSλ∆λ
onde:
Eef = irradiação efetiva relativa para uma fonte monocromática a 270 nm, em W/cm2 (J/S/cm2)
E λ = irradiação espectral em W/cm2/nm
E λ = irradiação espectral em W/cm2/nm
S λ = efetividade relativa espectral (adimensional)
∆λ= largura da faixa em nanômetros
4. O tempo de exposição permissível, em segundos, para exposição radiação ultravioleta actínica incidente sobre a pele ou os olhos desprotegidos pode ser computado dividindo-se 0,003 J/cm2 por Eef em W/cm2. O tempo de exposição também pode ser determinado utilizando-se a Tabela 10, a qual relaciona os tempos de exposição e as irradiações efetivas em μW/cm2.
TABELA 10
Exposições Permissíveis à Ultravioleta
Duração da Exposição Diária
|
Irradiação Efetiva Eef (µW/cm2.)
|
08 h
|
0,1
|
04 h
|
0,2
|
02 h
|
0,4
|
01 h
|
0,8
|
30 min
|
1,7
|
15 min
|
3,3
|
10 min
|
5
|
5 min
|
10
|
1 min
|
50
|
30 seg
|
100
|
10 seg
|
300
|
1 seg
|
3.000
|
0,5 seg
|
6.000
|
0,1 seg
|
30.000
|
Todos os L.Ts. anteriores, para energia ultravioleta, aplicam-se a fontes que subentendem um ângulo menor que 80º. Fontes que subentendem um ângulo maior devem ser medidas apenas sobre o ângulo de 80º.
Figura 8 - Limites de Tolerância para Radiação Ultravioleta
Indivíduos condicionados, cuja pele já esteja "queimada", podem tolerar exposição sobre a pele superior ao L .T, sem efeitos térmicos. No entanto, estas condições podem não proteger as pessoas de um câncer de pele.
Na legislação nacional, não se especificam valores máximos permissíveis para radiação ultravioleta, mas no Anexo 7 da Norma Regulamentadora 15 da Portaria 3,214, de 08 de julho de 1978, se determina:
1 - Para os efeitos desta norma, são radiações não ionzantes as microondas, ultravioletas e laser.
2 - As operações ou atividades que exponham os trabalhadores as radiações não ionizantes, sem a proteção adequada., serão consideradas insalubres, em decorrência de laudo de inspeção realizada no. local de trabalho.
3 - As atividades ou operações que exponham os trabalhadores as radiações da luz negra (ultravioleta na faixa 400-320 nanômetros) não serão consideradas insalubres.
Em relação ao laudo da inspeção, válidas as mesmas recomendações dadas no caso de microondas, item 5.
AVALIAÇÃO DA RADIAÇÃO U.V.
Os equipamentos utilizados na medição de ultravioleta podem ser do tipo célula fotoelétrica, célula fotocondutiva, célula fotovoltaica ou detector fotoquímico. Destes, os de uso mais freqüentes são os de célula fotovoltaica e os chamados de "termopilhas". Os aparelhos podem ser obtidos de empresas especializadas em instrumentação ou junto a representantes de equipamentos que geram U.V, os quais normalmente possuem os detectores (ex.: fabricantes de lâmpadas U.V.).
Em relação as medições, deve-se tomar cuidado com substâncias no ar (como ozona ou vapor de mercúrio) que absorvem a radiação, ou materiais, como vidros ou plásticos, que também interferem de forma apreciável na transmissão da U.V.
MEDIDAS PARA O CONTROLE DA RADIAÇÃO U.V.
A radiação com comprimento de onda inferior a 200 nm fortemente absorvida pelo ar, e conseqüentemente as faixas U.V. que se aproximam da radiação ionizante apresentam riscos desprezíveis, com exceção de lasers que operam nessa faixa, dos quais falaremos mais adiante.
Para radiação de mais de 200 nm, nas faixas eritemática e germicida, deve-se usar barreiras, que podem ser construídas de materiais simples, como chapas metálicas, cortinas opacas, etc., ou materiais transparentes ou semi-transparentes à luz, que eliminam frações importantes de radiação.
Para aqueles trabalhadores diretamente expostos, é indispensável o uso de protetores oculares e faciais, e, conforme as condições, também é necessário proteger as mãos, os braços, o tórax, etc, com materiais que refletem ou absorvem
U.V. , para evitar doenças de pele.
U.V. , para evitar doenças de pele.
No caso de solda elétrica, a irradiação é especialmente intensa quando se utilizam eletrodos não revestidos, que requerem o uso de gases inertes (ex,: solda "MIG"). Também devem ser levados em consideração os seguintes fatores:
Quanto maior é a amperagem da solda, maior é a produção de U,V. Em relação a este ponto, recomendam se as seguintes sombras para óculos ou vidros de máscaras, em função da amperagem utilizada.
Faixa da intensidade da corrente (Ampéres)
|
Sombra nº
|
5 –75
|
9
|
75 – 200
|
10 – 11
|
200 – 400
|
12 – 13
|
Acima de 400
|
14
|
É necessário também que os soldadores utilizem, por baixo da máscara, óculos com sombra 2, para evitar os problemas decorrentes da exposição vinda de outros soldadores.
- Quanto mais "limpo" está o ar, maior a irradiação que pode atingir as pessoas. Uma exaustão local em pontos de solda provoca essa situação de ar limpo (que é obviamente desejável do ponto de vista do controle de agentes químicos) e, em consequência, maiores cuidados devem ser tomados em relação ao enclausuramento da radiação e a proteção do pessoal.
- Outras condições que influem na quantidade da U.V. produzida são a velocidade da solda e o tipo de eletrodo utilizado.
Ainda em relação à solda elétrica, deve ser lembrado que, além dos protetores oculares e faciais para solda dores e pessoal próximo, é necessário proteger toda a pele, não a deixando descoberta a ação da U.V. A mesma recomendação é valida para trabalho em locais com lâmpadas germicidas, com metais em fusão a altas temperaturas, e, em geral, onde esteja sendo gerada U.V. com comprimento de onda na faixa de 320 nm a 200 nm.
RADIAÇÃO LASER
ASPECTOS GERAIS
A radiação laser e uma radiação não ionizante com a característica específica de emitir apenas em um único comprimento de onda, e não, em uma faixa de comprimentos ou freqüências, como acontece com outros tipos anteriormente descritos. Por essa característica, a radiação laser é chamada de radiação coerente.
Isto faz com que a radiação seja altamente concentrada, com dispersão insignificante, e emitida praticamente em apenas uma direção.
Laser significa "amplificação de luz mediante emissão estimulada de radiação", e os equipamentos podem ser construídos, em função do "material laser", para emitir na faixa infravermelha, visível ou ultravioleta.
Para se obter atividade laser, deve ser alterada a estrutura atômica pela ação de energia externa, que, mediante aquecimento, descarga elétrica ou radiação eletromagnética., fornece "fótons" (unidades ou pacotes energéticos).
Um laser é
composto de três. elementos principais:
composto de três. elementos principais:
1. Um meio oticamente ativo, formado por um sistema atômico que tem dois níveis energéticos possíveis, separados por uma diferença de energia equivalente ao comprimento de onda a ser produzido.
2. Um sistema para excitar elétrons (sistema chamado de bombeamento), que normalmente estão no nível inferior de energia, para serem levados ao nível superior.
3. Uma cavidade ótica que permita determinar o tipo de frentes de onda que serão produzidas mediante a amplificação fotônica.
O meio oticamente ativo tem em seus extremos superfícies espelhadas, uma das quais é totalmente refletiva, e outra, parcialmente refletiva.. Quando a amplitude da frente de onda alcança um nível suficiente de energia, é emitido um pulso laser através do espelho parcial.
A emissão também pode ser continua se, mediante o sistema de bombeamento, se mantém a excitação eletrônica.
DIAGRAMA DO SISTEMA LASER
Figura 5 - Esquema de funcionamento do laser.
Os lasers pulsáteis podem emitir pulsos de duração muito curta. Se o pulso dura entre 1 nanosseg (0,00000000l seg.) e 1 microsseg (0,000001 seg.), com potências máximas possíveis extremamente altas (500.000.000 de watts e mais), o laser é chamado "Q-ligado". Se o pulso dura entre 1 microseg. e 0,1 seg, é chamado "não Q-ligado". Se os pulsos são maiores que 0,1 seg, considera-se que o laser é de onda continua.
Existem três tipos de laser, classificados segundo o meio oticamente ativo: de estado sólido, de estado gasoso e o semicondutor ou injetor.
Por exemplo, utiliza-se como meio ativo uma mistura gasosa de hélio-neônio, operada com potências de 0,2 watts e que emite a radiação do tipo continua, com um comprimento de onda de 632,8 nm.
Apesar da industrialização recente (a partir dos anos 60), existem muitas aplicações não industriais, entre as quais destacamos: levantamentos topográficos, operações de dragagem, construção de pontes, etc., feitas na maior parte das vezes ao ar livre. Na medicina, pode ser utilizado em microcirurgias, destruição de tumores, queimadura de verrugas, etc. Na industria, é utilizado em micro-usinagem, solda de micropeças, alinhamento ótico, fotocoagulação, etc.
Num futuro próximo, novas aplicações, nos mais diversos campos, devem ser esperadas, em razão, principalmente, da simplicidade dos elementos constituintes e da existência de muitas aplicações industriais em desenvolvimento.
EFEITOS, LIMITES DE TOLERÂNCIA E AVALIAÇÃO DA RADIAÇÃO LASER
A radiação laser, direta ou refletida, pode afetar os olhos e a pele, especialmente os primeiros, ainda que a potência seja baixa.
Em virtude do risco, que é muito alto, e da variedade de lasers existentes, os limites de tolerância, assim como os equipamentos de avaiiação, apresentam características de complexidade que aconselham a que esses dois pontos sejam total e exclusivamente abordados por especialistas.
Porém, é importante que o profissional de segurança esteja a par das principais medidas de controle que devem ser adotadas, quando se operam equipamentos laser.
MEDIDAS DE CONTROLE
Como uma exposição de uma fração de segundo aos raios laser pode provocar uma lesão permanente, as medidas de controle para a exposição direta ou a feixe especularmente refletido devem ser rigorosamente respeitadas:
PRECAUÇÕES GERAIS (COMUNS PARA QUALQUER INSTALAÇÃO LASER)
1. Nenhuma pessoa deve olhar o feixe principal nem as reflexões espetaculares do. feixe, quando as densidades de potência ou energia ultrapassam os L. Ts.
2. Não se deve enfocar o laser com os olhos, evitando, assim, olhar em direção ao feixe, o que aumenta o risco derivado das reflexões.
3. O trabalho com laser deve ser feito em áreas com iluminação geral, para manter as pupilas, contraídas, e assim limitar a energia que poderia, inadvertidamente, penetrar nos olhos.
4. Os protetores oculares de segurança não estilhaçáveis, destinados a filtrar as freqüências especificas, características do sistema, oferecem proteção parcial. Os óculos de segurança devem ser avaliados periodicamente, para assegurar a preservação da densidade ótica adequada ao comprimento de onda desejado. Deve haver certeza de que os óculos de segurança para laser, destinados a proteção no trabalho com lasers específicos, não sejam erroneamente usados com diferentes comprimentos de onda. Armações de diferentes cores são recomendadas, e a densidade ótica deve ser mostrada no filtro. Os óculos de segurança para laser, expostos a níveis de energia ou potência muito intensos, podem perder sua eficácia e devem ser abandonados.
5. O feixe laser devera terminar num material-alvo que seja não refletor e resistente ao fogo; as áreas laterais do feixe deverão ficar isoladas do pessoal;
6. Devem ser tomadas precauções especiais, se forem usados tubos retificadores de alta voltagem (acima de 15 KV), porque há possibilidade de que sejam gerados raios X.
PRECAUÇÕES ESPECÍFICAS (APLICÁVEIS A LASERS PULSADOS DE ALTA POTÊNCIA. LASERS DE GÁS DE ALTA POTÊNCIA SEMI-CONDUTORES DEVEM SER TRATADOS COM LASERS PULSADOS).
1. As travas de segurança, na entrada de locais de instalações de laser, devem ser construídas de tal forma que as pessoas não autorizadas ou em transito não tenham acesso as instalações, enquanto o sistema de força do laser estiver sendo carregado e preparado para uso.
2. Devem ser utilizados um sistema de alarme que inclua som abafado, lâmpadas pisca-pisca (visíveis através dos óculos de segurança para laser) e uma contagem regressiva, quando os bancos dos capacitadores começam a carregar.
3. Instalações que utilizam gás líquido para refrigeração devem ser ventiladas adequadamente. Os lasers refrigerados à água são os preferidos.
4. Paredes e tetos devem ser pintados com tinta fosca para evitar reflexão pelas superfícies. É preferível o preto fosco na zona do alvo, e uma cor clara nas zonas circundantes, para maximizar a distribuição luminosa dos aparelhos de iluminação geral.
5. Lasers em estado sólido devem ser operados com acionamento por controle-remoto, com monitores de televisão, se viável. Isto elimina a necessidade da presença de pessoal na mesma sala. Outra alternativa é enclausurar o laser, o feixe associado e o alvo numa caixa que impeça a dispersão de luz.
PRECAUÇÕES ESPECIFICAS (APLICÁVEIS A SISTEMA LASER A GÁS E SEMI-CONDUTORES, DE ONDA CONTÍNUA DE BAIXA POTÊNCIA)
1. Devem ser tomadas precauções gerais com relação ao. enfocamento e com o fim de evitar a reflexão especular.
2. Em operações de levantamento geodésico, por exemplo, o feixe de laser deve ser interrompido no final da sua trajetória de feixe útil, por um material cuja superfície seja fosca difusa, ou de tal cor ou refletância que torne possível a disposição, mas minimize a reflexão.
3. Materiais refletores devem ser eliminados da área do feixe, e deve ser feita um manutenção adequada e constante.
LASERS A GÁS: DIÓXIDO DE CARBONO-NITROGÊNIO (CO2 – N2)
1. O principal risco associado com os lasers de CO2 – N2 é o de incêndio. Uma parede de tijolo refratário ou asbesto de espessura suficiente deve ser instalada como aparador de retorno para o feixe,
SPECIFICAS PARA INSTALAÇÕES DE LASER AO AR LIVRE
1. O pessoal deve ser afastado da trajetória do feixe em todos os pontos em que a potência ou energia exceda os limites permissíveis. Isto deve ser realizado através do uso de barreiras físicas, controles administrativos, travas e pela limitação da passagem através da. trajetória dos raios.
2. Deve ser proibido, dentro da área considerada perigosa, a passagem de tráfego de veículos não alvo ou aviões.
3. Deve ser evitada a operação de laser sem o uso dos óculos de proteção, especialmente enquanto estiver chovendo ou nevando, ou quando houver poeira ou neblina no ar.
4. A trajetória percorrida pelo feixe deve estar isenta de todos os objetos capazes de produzir reflexões, que são potencialmente perigosas. Intensidades de luz concentrada geradas por alguns lasers podem ser transmitidas a enormes distancias, e são potencialmente perigosas, devendo, portanto, receber a devida consideração.
5. Sinais de Alarme: a sinalização de áreas potencialmente perigosas deve ser realizada de acordo com os procedimentos-padrão convencionais.
PROTEÇÃO PESSOAL
Aos indivíduos expostos aos feixes de laser devem ser fornecidos óculos de segurança de densidade ótica (D.O.) indicada para a energia envolvida. A tabela seguinte relaciona a máxima densidade de potência ou energia que assegura uma proteção adequada pelos óculos de D.O. de um a nove. Esta tabela é baseada nos níveis máximos permissíveis de exposição, para os olhos escuros adaptados:
D.O.
|
Atenuação (dB)
|
Fator de Atenuação
|
Q-Ligado: Máxima Densidade de Energia (J/cm2)
|
Não-Q-Ligado Máxima Densidade de Energia (J/cm2)
|
Máxima Densidade de Potência de Onda Contínua (W/cm2)
|
1 |
10
|
10
|
10-7
|
10-6
|
10-4
|
2 |
20
|
102
|
10-6
|
10-5
|
10-3
|
3 |
30
|
103
|
10-5
|
10-4
|
10-2
|
4 |
40
|
104
|
10-4
|
10-3
|
10-1
|
5 |
50
|
105
|
10-3
|
10-2
|
1
|
6 |
60
|
106
|
10-2
|
10-1
|
10
|
7 |
70
|
107
|
10-1
|
1
|
100
|
8 |
80
|
108
|
1
|
10
|
inaplicável
|
9 |
90
|
109
|
10
|
100
|
inaplicável
|
Óculos de segurança confeccionados com filtro de vidro colorido não devem ser utilizados quando é necessária uma atenção acima de D.O. 9; também não se devem usar filtros plásticos ou filtros com revestimento dielétrico quando é desejada uma atenuação de D.O. 8.
Para prevenir a exposição da pele, o pessoal deve usar luvas protetoras, roupas e escudos. Geralmente, como proteção, procura-se voltar a face contra área do alvo. Na soldadura a laser, o material a ser soldado deve ser circundado por barreira adequada.
Luvas impermeáveis, de fácil remoção, protetores faciais e óculos de segurança devem ser a proteção individual a ser dada ao pessoal que manuseia os gases liquefeitos usados como refrigeradores, para lasers pulsados de alta potência. Os gases liquefeitos devem ser armazenados de acordo com os procedimentos-padrão.
VENTILAÇÃO
Os locais onde são utilizados lasers de gás de fluxo contínuo, ou onde se necessite controlar apropriadamente líquidos e gases criogênicos usados para purgar e resfriar lasers, devem ser bem ventilados, com o propósito de prevenir a acumulação de gases perigosos.
Os projetos dos sistemas de ventilação devem ter a participação de pessoal que conhece os eventuais problemas, para se ter condições seguras em casos de ruptura de sistemas.
RISCOS DE ELETRICIDADE
Precauções especiais devem ser tomadas com os sistemas de alta energia, para assegurar que os cabos, entre as fontes de potência e a cabeça de laser, estejam adequadamente selecionados e colocados, e que o sistema capacitor de descarga esteja adequadamente protegido. Deve ser estudada a disposição dos botões de acionamento, para prevenir uma descarga acidental ou inadvertida de um laser. A disposição dos medidores e osciloscópios deve também ser considerada, ponderando-se todos os riscos envolvidos.
Cabos, conectores., cabines e interruptores devem ser mantidos em condição apropriada de funcionamento para prevenir choques elétricos e queimaduras. Os capacitores devem ser descarregados antes de sua limpeza ou reparo, ou quando estas operações forem executadas em qualquer equipamento a eles conectado. Aos operadores não deve ser permitido abandonar o equipamento, até que toda a voltagem tenha sido removida dos capacitores, o que é indicado pela leitura zero na escala de um voltímetro. Coberturas para os interruptores devem ser providenciadas nos circuitos de alta voltagem, para evitar o acesso aos componentes energizados, e deve ser fornecido um sistema de rotulagem ou travas, para evitar que se façam conecções, a menos que as fontes de potência estejam desligadas. Uma. trava com um mecanismo interno que automaticamente torne a fechá-la é um sistema que pode ser usado. Todos os componentes metálicos não utilizados, como condutores de corrente, devem ser aterrados. Riscos pelo uso de escudo mecânico e observando-se certa distância entre o operador e a bancada.
A escolha de cabos entre a fonte de potência e a cabeça do laser deverá ser especificada de modo a evitar o efeito corona e haver uma resistência dielétrica adequada para o laser com o qual deverão ser usados. Devem ser realizados periodicamente testes de resistência dielétrica e de presença de efeito corona. Se um cabo mostrar a presença do efeito, devera ser trocado.
O contato acidental com cabos condutores de alta corrente deve ser eliminado pela disposição apropriada dos mesmos.
Os aparelhos para medir altas voltagens e os osciloscópios necessários para uso com os lasers devem ser bem dispostos e protegidos, para minimizar os riscos aos operadores. Aos operadores não deve ser solicitado olhar ou girar um feixe de laser durante o carregamento do capacitor ou durante o acionamento do laser.
ASSISTÊNCIA MÉDICA
Indivíduos profissionalmente expostos a radiação laser devem passar por exames médicos pré-admissionais e periódicos com especial atenção aos olhos. O alcance e a frequência dos exames devem ser determinados pelo médico especialista que proceder aos exames.
OUTRAS PRECAUÇÕES E MEDIDAS DE CONTROLE DE INTERESSE SÃO AS SEGUINTES:
Os binóculos ou telescópios focalizadores não devem ser usados para olhar para o feixe direto ou refletido especularmente. Se for imprescindível, para tais situações, pode ser colocado um filtro com densidade ótica suficiente no percurso ótico do binóculo, e/ou o operador deve usar proteção ocular adequada.
Em microtrabalhos com laser, podem ser usados microscópios para vigilância intermitente, mas eles devem ter desligadores para evitar que o laser funcione enquanto o trabalho é observado.
Se o feixe laser for dirigido através de uma janela de vidro, deve passar perpendicularmente ao plano do vidro, ou então será necessário o uso de protetores oculares pelo pessoal que fica próximo a janela.
Nenhum trabalho de manutenção deve ser feito, até que o laser esteja desligado e a carga residual nos capacitores tenha sido eliminada.
Sistemas laser que empregam água para esfriamento devem, antes da ativação elétrica, ser revisados para se verificar possíveis escapamentos de água que possam causar a destruição do equipamento. A água utilizada não deve conter íons estranhos.
Sob nenhuma circunstância, deve ser deixado sem atenção um laser ativado.
Qualquer exposição acidental ao laser deve ser seguida por um exame módico completo.
Em todos os casos, a segurança com laser é obtida principalmente através de medidas preventivas, motivo pelo qual são necessárias avaliações periódicas da instalação e dos conhecimentos de todo o pessoal que pode ser envolvido; por esse tipo de radiação, as quais devem ser realizadas por indivíduos com experiência em segurança em laser